CRÉDITO AO TRABALHADOR | Novo CONSIGNADO CLT

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Crédito ao Trabalhador: guia completo do Novo Consignado CLT aprovado pelo Governo

O crédito ao trabalhador via novo consignado CLT chegou para mudar a forma como milhões de brasileiros assalariados acessam financiamento. Nas primeiras semanas de vigência, bancos e fintechs relatam filas de simulações, e expressões como “novo consignado CLT” e “crédito ao trabalhador” explodiram nas buscas do Google. Neste artigo, você descobrirá quem pode solicitar, quanto custa, quais cuidados tomar contra golpes, como fazer portabilidade e, acima de tudo, quando vale a pena trocar dívidas caras por essa modalidade – tudo de maneira prática e fundamentada.

Se você trabalha com carteira assinada e convive com juros abusivos no cartão de crédito ou no cheque especial, a promessa do Governo é simples: possibilitar um empréstimo com desconto direto em folha, taxa máxima pré-definida e transparência de regras. Traremos exemplos reais, simularemos cenários e responderemos às perguntas mais comuns em uma FAQ exclusiva. No final, você terá condições de decidir, de forma consciente, se o crédito ao trabalhador é a melhor saída para sua saúde financeira.

Dica de Ouro: utilize o consignado CLT preferencialmente para quitar dívidas com Custo Efetivo Total (CET) acima de 6% ao mês. Assim, você transforma juros compostos contra o seu bolso em economia imediata.

1. Contexto e objetivos do Crédito ao Trabalhador

O crédito consignado não é novidade no Brasil; aposentados do INSS, servidores públicos e militares já utilizam o desconto em folha há décadas. Entretanto, apenas em 2023 o Congresso aprovou a extensão dessa facilidade aos trabalhadores regidos pela CLT, categoria que representa cerca de 36 milhões de pessoas segundo o CAGED. O projeto foi batizado de Crédito ao Trabalhador e delimita teto de juros, percentual máximo da renda comprometida e mecanismos de portabilidade.

Por que o Governo apostou na modalidade?

Pesquisas do Banco Central mostraram que a inadimplência das famílias bateu 29% em 2022, puxada por cartões de crédito – cujos juros ultrapassam 15% ao mês. Ao criar o novo consignado CLT, o objetivo oficial é reduzir o custo médio das dívidas, injetar liquidez na economia e estimular o consumo responsável. Para as empresas, o projeto é neutro: elas apenas repassam o desconto à instituição financeira via folha de pagamento.

O que muda para o trabalhador?

Até então, o empregado podia até contratar um empréstimo consignado, mas dependia de convênios bilaterais entre empresa e banco, geralmente restritos a companhias grandes. Agora, a lei obriga todas as firmas a permitirem o desconto, democratizando o acesso. Além disso, o teto de juros foi limitado a 2,14% ao mês – próximo aos 1,80% dos aposentados e muito abaixo dos 7% do crédito pessoal não consignado.

2. Quem pode contratar: critérios de elegibilidade

Embora a narrativa comum seja “qualquer CLT pode”, existem requisitos claros. Ignorá-los pode resultar em negativa de crédito ou naquelas ligações insistentes de correspondentes bancários oferecendo algo que você nem pode receber.

Regras básicas de participação

  1. Vínculo empregatício ativo: contrato CLT em vigor há, no mínimo, 12 meses (empresas podem flexibilizar, mas bancos tendem a exigir histórico).
  2. Folha de pagamento automatizada: a firma precisa processar salários via sistema autorizado pelo eSocial.
  3. Ausência de restrições internas: algumas empresas proíbem funcionários em período de experiência de contrair consignado.
  4. Limite de margem consignável: até 30% do salário líquido, somando todas as parcelas de empréstimo e cartão consignado.
  5. Cadastro positivo regular: instituições usam o SCR do Banco Central e o Cadastro Positivo para checar inadimplências graves.

E se eu for MEI ou estagiário?

Microempreendedores Individuais e estagiários não estão cobertos pela legislação do crédito ao trabalhador. Para MEIs, a alternativa é o Pronampe ou linhas de capital de giro tradicionais. Já estagiários podem recorrer a crédito estudantil, mas sem desconto em folha.

Atenção: ficar menos de 90 dias sem salário (licença não remunerada) suspende automaticamente o desconto, mas os juros continuam correndo. Planeje-se!

3. Taxa de juros, CET e prazos do Novo Consignado CLT

O ponto alto do novo consignado CLT é a taxa. A lei fixou teto de 2,14% ao mês (aprox. 28,9% ao ano) para empréstimos e de 3,06% ao mês para cartão consignado. Embora pareça alta em termos nominais, o valor corresponde a menos de um terço do cheque especial.

Entenda o Custo Efetivo Total (CET)

O CET engloba taxa de juros, IOF, seguros embutidos e tarifa de cadastro. Bancos são obrigados a mostrar o CET antes da assinatura. Na prática, um empréstimo de R$ 10 000 em 60 parcelas de 2,14% a.m. resulta em prestação de R$ 293,08 e CET médio de 2,23% a.m. Caso o banco inclua seguro, o CET sobe; fique atento.

Prazos e amortização

  • Prazo mínimo: 6 meses.
  • Prazo máximo: 48 meses.
  • Sistema de amortização: Price (parcelas fixas) ou SAC (parcelas decrescentes); o consumidor escolhe.
  • Quitação antecipada: liberada a qualquer momento, com desconto proporcional de juros futuros.

Modalidade Juros Máx. (a.m.) Prazo Máximo
Novo Consignado CLT 2,14% 48 meses
Consignado INSS 1,80% 84 meses
Crédito pessoal sem garantia 7,00% 36 meses
Cheque especial 8,00% a 15,00% Rotativo
Cartão de crédito rotativo 12,00% a 18,00% Rotativo

“O crédito consignado para trabalhadores assalariados traz previsibilidade de fluxo de caixa ao sistema bancário e juros mais justos ao consumidor. Ele, porém, não deve ser tratado como fonte de renda extra, e sim como instrumento de gestão de dívidas.” – Marcelo Bechara, diretor de Educação Financeira da Febraban

4. Passo a passo para contratar o crédito ao trabalhador

Embora cada banco tenha interface própria, o fluxo geral permanece parecido. Abaixo, descrevemos em detalhe:

1. Simulação inicial

Acesse o aplicativo do banco ou fintech, escolha “Empréstimo Consignado CLT” e informe salário líquido, tempo de empresa e valor desejado. O sistema calcula a margem disponível.

2. Envio de documentos

  • RG ou CNH digital
  • Comprovante de residência (90 dias)
  • Holerite dos últimos 3 meses
  • Selfie para biometria facial

3. Validação pela empresa

O banco envia uma notificação à área de RH, que aprova o desconto em folha por meio de token no portal eSocial. Esse passo dura de 24 h a 5 dias úteis, dependendo do tamanho da empresa.

4. Assinatura eletrônica

Com tudo pronto, você recebe contrato em PDF. A assinatura é feita via certificado digital ou código SMS. O dinheiro cai na conta em até 24 h após a assinatura, de acordo com a lei 14.509/23.

Resumo Rápido: Simule ➜ Envie documentos ➜ RH autoriza ➜ Assine digitalmente ➜ Dinheiro na conta.

5. Golpes e cuidados: proteja seu salário

Infelizmente, toda inovação financeira atrai fraudadores. A Polícia Federal já abriu inquéritos sobre clonagem de holerites e falsos correspondentes bancários. Veja armadilhas frequentes:

Principais golpes

  1. Adiantamento de taxa de liberação: golpista pede PIX antes da aprovação.
  2. Link falso de assinatura: e-mails que imitam bancos redirecionam para páginas de phishing.
  3. Oferta “taxa zero”: ninguém trabalha de graça; se prometerem taxa 0 %, fuja.
  4. Ligação insistente após consulta ao INSS: vazamento de dados é real; nunca informe senhas.
  5. Cadastro forçado no eSocial: fraudador registra um contrato fictício e bloqueia sua margem.
  6. Troca de conta para depósito: pedem alterar a conta-salário e desviam o crédito.
  7. Falso seguro obrigatório: vendem seguro de vida “compulsório” e embutem comissão abusiva.

Como se proteger

  • Verifique o registro da instituição no Banco Central (site oficial).
  • Nunca pague valores antecipados.
  • Assine contratos apenas dentro do app do banco ou fintech.
  • Use autenticador de dois fatores no eSocial.
  • Consulte periodicamente sua margem no aplicativo gov.br.

6. Vale a pena? Estratégias de uso inteligente

Adotar o crédito ao trabalhador faz sentido quando o benefício financeiro supera o custo psicológico de comprometer parte do salário. Seguem cenários práticos:

Quitação de dívidas caras

Um cartão de crédito rotativo de R$ 5 000, a 15% a.m., gera prestação mínima de R$ 750. Troque por um consignado de 2,14% e 24 meses, pagando R$ 268. Economia: R$ 482 mensais.

Reserva de emergência? Evite!

Usar empréstimo para formar reserva “caso algo aconteça” é contraditório. Reserva se faz com poupança preexistente, não com dívida.

Planejamento de médio prazo

Reforma da casa ou curso de capacitação podem justificar o consignado, desde que o retorno financeiro ou de qualidade de vida compense as parcelas.

Checklist antes de assinar

  • Compare CET com alternativas.
  • Simule demissão: a empresa pode descontar até 30% das verbas rescisórias.
  • Calcule impacto no orçamento após eventuais aumentos de gastos.
  • Verifique possibilidade de quitação antecipada sem multa.
  • Consulte se há prêmios de cashback ou bônus por portabilidade.

7. Portabilidade e renegociação: breathing room para seu bolso

Portabilidade é o direito de transferir seu empréstimo para outra instituição que ofereça taxa menor, sem custo extra. A lei 14.509 tornou o processo 100 % digital, reduzindo burocracia.

Como solicitar

1) Peça ao banco atual o saldo devedor atualizado (chamado de Demonstrativo de Saldo de Quitação Antecipada). Ele tem 1 dia útil para enviar. 2) Apresente o documento ao novo banco. 3) Se aprovado, o novo banco quita a dívida antiga e assume o desconto em folha.

Benefícios práticos

Segundo simulação da Febraban, ao reduzir a taxa de 2,14% para 1,90% em um saldo devedor de R$ 15 000 e 30 parcelas restantes, o trabalhador economiza R$ 690, valor equivalente a metade do 14.º salário mínimo parcial.

Renegociação interna

Antes de portar, ligue para seu banco. Muitas vezes ele cobre a oferta concorrente para manter o cliente. Tenha em mãos print ou documento formal da proposta rival.

Perguntas e Respostas FAQ

Quem define a margem consignável de 30% para o Novo Consignado CLT?

A margem foi estabelecida pela lei 14.509/23 e regulamentada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, aplicando-se a todo trabalhador com carteira assinada.

Posso contratar mais de um consignado CLT simultaneamente?

Sim, desde que a soma das parcelas não ultrapasse 30% do salário líquido e você passe nas análises de crédito.

O que acontece com o empréstimo se eu for demitido?

Até 30% das verbas rescisórias podem ser debitadas. O saldo remanescente migra para boleto bancário, mantendo a mesma taxa contratada.

Existe carência para início do pagamento?

Alguns bancos concedem carência de até 90 dias, mas os juros continuam correndo durante o período.

Posso contratar se estiver com nome negativado?

Depende da política de crédito do banco. Muitos aceitam score baixo porque o risco é mitigado pelo desconto em folha.

Qual a diferença entre cartão consignado e empréstimo consignado?

O empréstimo libera valor fixo em conta e parcela integralmente na folha. Já o cartão consignado tem limite rotativo e desconta apenas o mínimo (geralmente 5% do salário) automaticamente.

Seguro prestamista é obrigatório?

Não. O consumidor pode recusar ou escolher seguradora de preferência, conforme Resolução CMN 4.655.


Conclusão

O novo consignado CLT não é bala de prata contra desigualdade, mas representa evolução importante no acesso a crédito responsável. Recapitulando:

  • Média de juros limitada a 2,14% a.m.
  • Margem consignável de até 30% do salário líquido.
  • Portabilidade gratuita para taxas menores.
  • Processo 100% digital, mas sujeito a golpes.
  • Indicada para quitar dívidas caras e projetos com retorno financeiro.

Use as informações acima para comparar ofertas, negociar condições e blindar-se de fraudes. Caso decida contratar, marque na agenda revisões semestrais de suas finanças para evitar sobre-endividamento. Para mais dicas, assista ao vídeo completo do canal Primo Pobre, compartilhe este artigo com colegas de trabalho e deixe comentários com suas experiências. Conhecimento é o melhor investimento!

Créditos: artigo baseado no vídeo “Crédito ao Trabalhador | Novo Consignado CLT” (Eduardo Feldberg – Canal Primo Pobre).

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