O sueco reservado por trás do sucesso de Taylor Swift no pop

Max Martin, o produtor responsável pelo mais recente álbum de Taylor Swift, possui um currículo de êxitos praticamente sem igual.

Após seis anos produzindo e lançando álbuns, Taylor Swift alcançou o topo da parada Hot 100 com a canção “We Are Never Ever Getting Back Together”, que trouxe uma bateria potente para grandes estádios e simbolizou sua transição do country para o pop.

Essa faixa foi criada em parceria com Max Martin e Shellback, dois produtores suecos com um histórico quase inigualável de sucessos. Em entrevista à Billboard em 2012, Swift revelou sua admiração pelo talento de Martin para compor refrões impactantes. “Ele te atinge com tudo em letras maiúsculas e pontos de exclamação”, disse a cantora.

Com 54 anos, Martin construiu sua carreira produzindo hits para nomes como Britney Spears, Backstreet Boys, Kelly Clarkson, Katy Perry, The Weeknd e Ariana Grande. Sua colaboração com Swift nos álbuns “Red”, “1989” e “Reputation” foi fundamental para alçá-la ao estrelato do pop.

Embora a cantora tenha experimentado diversos gêneros e parceiros musicais, seu reencontro com Martin para o álbum The Life of a Showgirl, lançado na sexta-feira (3), representa um retorno ao estilo que consagrou a artista, marcado por hits que prendem o público.

Para os fãs, essa combinação entre a produção de Martin e a escrita lírica de Swift traduz-se em música pop divertida e irresistível, como destacou Dan Cash, um entusiasta da cantora no TikTok.

Um produtor de sucesso com perfil discreto

Conhecido por sua timidez, Martin raramente dá entrevistas e recusou contato com The Wall Street Journal. Porém, colaboradores ressaltam suas qualidades: atenção minuciosa aos detalhes, experiência vocal e a habilidade de reunir parceiros criativos que mantêm seu trabalho alinhado às tendências musicais.

No universo da música, há diversos artistas meticulosos; o engenheiro Bruce Swedien, por exemplo, relatou que Michael Jackson fez 91 mixagens diferentes para “Billie Jean”. No caso de Martin, essa dedicação é notória: “Ele é obcecado e disposto a passar três dias em claro para acertar o som da bateria”, conta Martin Dodd, executivo de A&R.

Gary Barlow, vocalista da banda britânica Take That, conheceu Martin nos anos 1990 e destaca sua perfeição vocal e atenção a cada verso, mostrando a seriedade com que trata todos os detalhes.

Chad Wolf, vocalista do Carolina Liar e colaborador de Martin, ressalta que, além de produtor, Max é um excelente cantor, extraindo dos artistas emoções que eles mesmos desconheciam em suas músicas.

Barlow também elogia o domínio de Martin sobre técnicas vocais e escolha de sons, o que reforça sua autoridade para solicitar demonstrações dos artistas com quem trabalha: “Ninguém se incomoda em ser ‘torturado’ quando quem exige isso canta como ele”, brinca.

Após sucesso estrondoso com Britney Spears, Backstreet Boys e NSYNC nos anos 1990, Martin passou por um período criativo difícil nos anos 2000, preocupado com a repetição de sons e falta de inovação. Desde então, tem buscado coautores como Ali Payami, Savan Kotecha e Shellback para renovar e diversificar sua criação musical.

Antes de iniciar o trabalho com Wolf, Martin enfatizou a importância de incluir colaboradores jovens com energia e novas perspectivas para manter a vitalidade das composições.

Shellback, que vinha do cenário do metal, rapidamente se adequou, conquistando destaque com músicas como “So What”, da P!nk, que chegou ao topo da Hot 100. Martin reconheceu a importância de Shellback em seu discurso ao receber o Polar Music Prize em 2016, definindo-o como um gênio que mudou sua vida.

Chris Anokute, ex-executivo de A&R, ressalta que o domínio contínuo de Martin na indústria se deve à sua capacidade de identificar, colaborar e valorizar pessoas com habilidades complementares que entendem o mercado atual.

Versatilidade e influência no pop

Assim como seu ídolo Prince, Martin transita por diversos gêneros musicais. Sucessos como “Since You’ve Been Gone”, de Kelly Clarkson, demonstram sua força no rock intenso, enquanto “Blinding Lights”, de The Weeknd, remete ao synth-pop dos anos 1980, e “Send My Love (To Your New Lover)”, de Adele, possui inspirações no soul acústico.

Quando estreou a parceria com Swift, ela já tinha sucesso com músicas que transitavam entre country e pop, como “You Belong With Me” e “Love Story”. Com Martin, ela aprofundou seu som pop, criando faixas densas, com sintetizadores potentes e vocais complexos que tiveram grande impacto.

Em entrevista de 2016, Martin revelou que a decisão de trabalhar com Swift foi natural, considerando o projeto “uma escolha fácil”. Ele coescreveu três faixas do álbum “Red” e foi responsável pela maior parte das músicas em “1989” e “Reputation”.

As canções feitas em parceria não só são queridas pela cantora, mas também estão entre as mais ouvidas no Spotify. Estudos indicam que cerca de 70% das faixas produzidas por Martin para Swift ultrapassam 500 milhões de reproduções, uma taxa superior à dos outros produtores que a cantora já trabalhou.

Para Tom Poleman, diretor de programação da iHeartMedia, a combinação de Taylor Swift com Max Martin é garantia de sucesso.

Traduzido do inglês por InvestNews

Fonte

Rolar para cima