Ibovespa fecha em leve queda de 0,28% com apreensão sobre mercado de crédito nos EUA; dólar encerra em R$ 5,44
Na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, o Ibovespa registrou uma retração de 0,28%, alcançando 142.200,02 pontos ao final do pregão. O índice seguiu a tendência das principais bolsas internacionais, especialmente as dos Estados Unidos, refletindo uma postura cautelosa diante das incertezas relacionadas ao crédito no sistema bancário norte-americano.
No cenário doméstico, os investidores focaram nos indicadores econômicos de agosto, cujo IBC-Br apontou crescimento de 0,4%. Contudo, o resultado ficou abaixo das expectativas, sugerindo um efeito de desaceleração atribuída às taxas de juros elevadas vigentes no Brasil. O IBC-Br é amplamente considerado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), sendo, portanto, um importante termômetro para a economia.
Fora do país, o clima de prudência prevaleceu, motivado por preocupações renovadas sobre a qualidade dos créditos em instituições financeiras dos EUA. Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, destacou que a apreensão gira em torno de empréstimos de risco elevado (sour loans) que podem estar se acumulando nos balanços de bancos regionais e de empresas como a Jefferies. Essa situação levou a um intenso movimento de venda das ações do setor financeiro.
Esse cenário de incerteza elevou imediatamente a aversão ao risco no mercado global, com o índice VIX apresentando forte alta, indicando o nervosismo dos investidores frente ao impacto potencial de inadimplências no endividamento de consumidores e empresas americanas, que enfrentam dificuldades para honrar compromissos em um contexto de juros altos, segundo análise de Zogbi.
Além disso, a queda nos preços internacionais do petróleo e do minério de ferro influenciou negativamente as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) e da Vale (VALE3), pressionando ainda mais o Ibovespa.
Comportamento do Ibovespa
O índice variou entre 141.445,76 pontos no menor valor do dia e 143.190,59 pontos no pico, negociando um volume total de R$ 21,1 bilhões.
Principais altas
- WEGE3 subiu 2,70%, cotada a R$ 38,43
- CPLE6 avançou 2,15%, alcançando R$ 12,80
- AURE3 valorizou-se 1,99%, vendida a R$ 10,76
- SBSP3 cresceu 1,89%, negociada a R$ 129,00
- COGN3 teve alta de 1,66%, cotada a R$ 3,06
Principais baixas
- MGLU3 recuou 7,97%, chegando a R$ 8,20
- BRKM5 caiu 6,67%, cotada a R$ 6,30
- CSAN3 desvalorizou 4,52%, negociada a R$ 5,70
- ASAI3 reduziu 3,57%, vendida a R$ 8,37
- BPAC11 baixou 3,50%, cotada a R$ 45,77
Desempenho do dólar
Apesar das incertezas no mercado de crédito dos Estados Unidos, o dólar comercial encerrou o dia em trajetória descendente, sendo cotado a R$ 5,44, apresentando queda de 0,36%. Entre os fatores que aliviaram o impacto da cautela, destacam-se as expectativas de cortes adicionais nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e um cenário misto nos mercados de commodities.
Bolsas de Nova York em queda
A possibilidade de uma crise de crédito no sistema bancário americano afetou negativamente os principais índices nas bolsas de Nova York. O S&P 500 finalizou o dia em queda de 0,63%, o Nasdaq recuou 0,47% e o Dow Jones perdeu 0,65%.