Queda no mercado de criptomoedas atinge novo patamar com perdas superiores a US$ 1 trilhão desde o auge

O bitcoin rompeu a barreira dos US$ 88.000 na última quarta-feira (19), aproximadamente 30% abaixo do recorde registrado no início de outubro, evidenciando a contínua fase de baixa no mercado diante da ausência de novos fatores impulsionadores. O valor total de mercado das criptomoedas caiu para US$ 3,2 trilhões.

A maior criptomoeda do mundo atingiu o valor de US$ 88.522 nas negociações realizadas no fim da tarde em Nova York, ampliando a perda de valor para mais de US$ 1 trilhão no universo dos ativos digitais. Essa recente queda afetou uma ampla gama de investidores, desde compradores individuais até empresas que mantêm grandes tesourarias em criptomoedas, cujas avaliações estão se deteriorando.

No começo de outubro, o bitcoin alcançou o recorde histórico de aproximadamente US$ 124.000. Atualmente, os níveis psicológicos considerados são os US$ 85.000 e US$ 80.000, com especial atenção para o piso de US$ 77.424 registrado em 2025 durante a instabilidade provocada pelas tarifas impostas por Donald Trump em abril.

A capitalização total do mercado cripto atingiu o pico de cerca de US$ 4,3 trilhões em 6 de outubro, mas desde então caiu para quase US$ 3,2 trilhões. Contudo, grande parte desse declínio é representado por perdas “no papel”, ou seja, valores ainda não concretizados em transações reais.

Uma significativa liquidação forçada ocorreu em 10 de outubro, quando mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas foram encerradas, revelando a fragilidade do mercado e desencadeando uma reação em cadeia com chamadas de margem e saída de recursos negociados em bolsas, prejudicando o interesse de novos compradores.

James Butterfill, líder de pesquisa da CoinShares, comentou que os investidores estão incertos sobre o cenário macroeconômico, observando apenas as ações das grandes “baleias” – investidores que detêm um volume considerável de ativos, suficiente para influenciar os preços – e se preocupando com isso.

A valorização do bitcoin no início do ano, ultrapassando a marca dos US$ 126.000, teve como base duas expectativas principais: múltiplas reduções nas taxas de juros do Federal Reserve e a maior adoção institucional, incluindo ações do governo Trump. Porém, ambas as perspectivas estagnaram, levando os compradores motivados pelo momento a se retirarem.

Essa tendência negativa tem impactado duramente as empresas que controlam grandes reservas em ativos digitais, cujas avaliações eram fundamentadas nas altas anteriores. Paralelamente, o ether, segunda maior criptomoeda, recuou para valores abaixo dos US$ 3.000. Após ficar atrás do bitcoin na primeira metade do ano, o ether chegou perto de US$ 5.000 em agosto, ultrapassando brevemente sua máxima de 2021, mas desde então perdeu esses ganhos.

Fonte

Rolar para cima