Ibovespa registra alta enquanto ações da Petrobras (PETR4) recuam; entenda o cenário
Na terça-feira (25), o índice Ibovespa encerrou em alta de 0,41%, atingindo 155.910 pontos, o que representa a segunda sessão consecutiva de valorização após um período de correção no mercado.
O dia foi impulsionado por um otimismo nos mercados internacionais, com as bolsas globais mostrando recuperação na segunda metade do pregão. No Brasil, a queda da curva de juros favoreceu os ativos de maior risco. Além disso, o dólar apresentou recuo, estimulando a atratividade dos investimentos em renda variável.
Analistas destacaram a influência do desempenho das bolsas americanas no movimento local. Luis Fonseca, da Nest Asset, ressaltou que tanto o índice S&P 500 quanto o Nasdaq registraram altas ao longo do pregão, elevando o sentimento positivo entre os mercados emergentes.
Esse ambiente propiciou ganhos aos setores que são mais sensíveis à liquidez e às expectativas de crescimento, ajudando o Ibovespa a sustentar seu rali. A redução da aversão ao risco foi um fator importante para esse cenário.
Entretanto, as ações da Petrobras (PETR4) exerceram pressão negativa sobre o índice, com queda de 0,8%, acompanhando a baixa de 1,5% do preço do barril de petróleo do tipo Brent.
Segundo Nicolas Gass, da GT Capital, as notícias envolvendo um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia afetaram o mercado do petróleo, diminuindo os prêmios de risco e impactando as ações do setor petrolífero. A volatilidade do preço do petróleo continua sendo um elemento crucial para o desempenho da companhia.
Além disso, a diminuição dos juros futuros de longo prazo contribuiu para o fortalecimento das ações cíclicas brasileiras. Exemplos desse movimento são a C&A (CEAB3), que valorizou 3,64%, e a Cogna (COGN3), que subiu 2,41%. Também entre as maiores altas estiveram ações da Natura, Vamos, CSN e MRV. Esse comportamento reflete uma melhor precificação dos fluxos de caixa futuros e uma maior rotatividade em setores como varejo, educação e construção civil, tradicionais alvos sensíveis à variação da curva de juros.
Na cotação do dólar, a moeda americana recuou 0,35%, fechando a R$ 5,37. Bruno Corano, da Corano Capital, afirmou que as expectativas relacionadas às decisões do Federal Reserve e os sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos contribuíram para a desvalorização do dólar. Essa queda proporciona menor volatilidade cambial e aumenta o interesse por ativos domésticos no curto prazo.
Com o apoio dos mercados internacionais, a queda dos juros e o desempenho das ações cíclicas, o Ibovespa consolidou mais um dia de recuperação. Investidores seguem atentos à evolução do preço do petróleo, às comunicações do Federal Reserve e à dinâmica da curva de juros doméstica como fatores determinantes para a manutenção dessa tendência.



