BTG Pactual prevê valorização de 20% para VALE3 e distribuição significativa de dividendos
O BTG Pactual divulgou recentemente uma recomendação positiva para as ações da VALE3, impulsionada por um anúncio importante relacionado à distribuição de proventos e melhorias na eficiência operacional da empresa.
Em 27 de novembro de 2024, a Vale comunicou que distribuirá US$ 2,9 bilhões em proventos, divididos entre dividendos extraordinários e uma antecipação dos dividendos mínimos. Para o banco, essa ação demonstra uma forte confiança da administração no ciclo do minério de ferro e na capacidade da companhia de gerar caixa, reforçando uma perspectiva de investimento otimista.
O BTG destacou que a empresa já superou grande parte dos desafios que marcaram seu histórico recente, como os incidentes de Brumadinho e Samarco, evidenciando maior previsibilidade em suas operações e uma disciplina aprimorada na alocação de capital. Além disso, as ações da VALE3 ainda são negociadas com um desconto significativo em relação a seus pares globais, o que gera uma assimetria favorável no preço atual, conforme a análise do banco.
A distribuição de proventos consiste em US$ 1 bilhão em dividendos extraordinários e US$ 1,9 bilhão em antecipação de dividendos mínimos. O BTG interpreta essa estratégia como uma maneira eficaz de mitigar o impacto de possíveis futuras tributação sobre dividendos no Brasil, além de sublinhar o compromisso da empresa com a remuneração dos acionistas. Esta política, combinada à forte geração de caixa, sustenta previsões de retornos atraentes para o médio prazo.
Nas projeções financeiras, o banco estima um EBITDA de US$ 17,4 bilhões e um lucro líquido de US$ 9,9 bilhões para o ano de 2026, com um índice preço/lucro (P/E) de 5,4 vezes, retorno sobre o capital investido (RoIC) de 18,4% e dividend yield superior a 11%. A recomendação permanece de compra, estabelecendo um preço-alvo de US$ 15 para o ADR, o que representa um potencial de valorização próximo a 20%. Vale destacar que a VALE3 está sendo negociada a cerca de 4 vezes EV/EBITDA, contra 5 a 6 vezes praticadas por mineradoras australianas, indicando espaço para um possível aumento de avaliação (rerating).
Apesar do cenário promissor, o relatório reconhece que a tese de investimento apresenta sensibilidade às variações da economia chinesa e às flutuações nos preços do minério de ferro. No entanto, o posicionamento continua otimista, sustentado por fundamentos robustos e uma política de capital que beneficia os acionistas. Para investidores interessados em exposição a commodities com foco em retorno total, a VALE3 configura-se como uma opção competitiva.
No curto e médio prazo, o desempenho das ações deverá refletir a combinação entre um valuation descontado, resiliência nos preços do minério e uma política previsível de distribuição de dividendos. Com essa equação, a VALE3 posiciona-se como uma das principais geradoras potenciais de valor no setor de mineração.



