Oi (OIBR3) registra prejuízo de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025 e vê dívida aumentar
A Oi, que está em processo de recuperação judicial, apresentou um prejuízo líquido de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025. Essa perda decorreu principalmente da diminuição da receita após a venda dos segmentos de banda larga e TV paga, além do aumento significativo das despesas com juros sobre a dívida da empresa.
Esse resultado representa uma mudança expressiva se comparado ao lucro líquido de R$ 15 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Porém, naquele momento, o lucro foi impulsionado por um efeito contábil decorrente da aprovação do plano de recuperação judicial, que concedeu descontos na dívida da operadora.
Operações continuam desafiadoras
As atividades da Oi permanecem frágeis, como demonstra o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 91 milhões no segundo trimestre, uma queda de 8,6% em relação ao ano anterior.
A receita líquida atingiu R$ 714 milhões, valor 66,7% inferior ao registrado no mesmo intervalo de 2024. Este foi o primeiro trimestre completo sem a contribuição das receitas geradas pela operação da fibra ótica e da TV paga.
Receitas e despesas detalhadas
O principal negócio remanescente da companhia é a Oi Soluções, que oferece serviços de conectividade e tecnologia da informação para empresas, e teve receita de R$ 342 milhões, representando uma redução de 23,7% na comparação anual. A empresa explicou que essa retração está ligada à diminuição da base de clientes e ao foco em projetos com maior margem de lucro.
As receitas oriundas das subsidiárias da Oi, englobando prestação de serviços de rede, manutenção e call center, somaram R$ 267 milhões, um avanço de 66,8% em relação ao ano anterior. Após a alienação do negócio de banda larga, a Oi atua como prestadora de serviços para a antiga operação, gerando receitas adicionais.
Por outro lado, os serviços legados, como as chamadas de voz, apontaram uma receita de apenas R$ 74 milhões, queda de 66,5% devido à redução da demanda.
No âmbito dos custos e despesas operacionais, a empresa registrou um valor de R$ 804 milhões, que representa uma redução de 63,9%, influenciada pelas vendas das operações e corte de pessoal. Entretanto, o resultado financeiro foi negativo, com despesa de R$ 353 milhões, puxada principalmente pelos juros da dívida.
Fluxo de caixa e investimentos
Durante o período, a Oi teve uma queima de caixa de R$ 139 milhões, que equivale a uma melhora de 39% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Após vender ativos, a empresa conseguiu reduzir suas despesas e investimentos, registrando um capex de R$ 41 milhões no trimestre, valor também 39% menor.
Dívida cresce 50,9% em um ano
A dívida líquida da Oi atingiu R$ 10 bilhões, um aumento de 50,9% quando comparado ao segundo trimestre de 2024. A operadora conseguiu novos financiamentos após a aprovação do seu plano de recuperação judicial.