Pré-mercado: Qual o alcance da melhora nas relações entre Brasil e Estados Unidos?
Na terça-feira, 23 de setembro, o mercado financeiro foi influenciado pelo otimismo em relação a uma possível redução de tensões diplomáticas e econômicas entre Brasil e Estados Unidos. Apesar do discurso firme do presidente americano Donald Trump durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, ele mencionou um encontro rápido nos corredores com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Trump relatou que houve um abraço entre os dois líderes e que ficou agendada uma reunião para a semana seguinte. O presidente americano chegou a destacar uma “química excelente” entre eles, afirmando que Lula “parece ser uma pessoa legal”. Essa declaração elevou o Ibovespa a um novo recorde, com alta de 0,91%, fechando aos 146.425 pontos, após atingir um pico histórico intradiário de 147.178 pontos. Paralelamente, o dólar recuou 1,1%, finalizando o dia cotado a R$ 5,279, seu menor patamar em 15 meses.
Mas por que um comentário sem compromissos concretos de um presidente conhecido por lançar “balões de ensaio” impactou tanto os ativos financeiros? O mercado se alimenta de expectativas, e as relações bilaterais estavam em seu pior momento em décadas, agravadas no dia anterior com a ampliação das sanções da Lei Magnitsky contra a esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes. Dessa forma, as palavras de Trump trouxeram uma surpresa positiva, elevando as expectativas e, consequentemente, os preços dos ativos.
Além disso, independentemente do otimismo gerado pelas declarações, existe um movimento global que favorece ativos de mercados emergentes, como o brasileiro, devido à perspectiva de uma desvalorização do dólar. Juros mais baixos nos EUA tornam os investimentos em dólar menos atraentes, aumentando a procura por alternativas em outras moedas. Embora a participação seja pequena dentro da liquidez mundial, é suficiente para beneficiar mercados emergentes, especialmente quando seus ativos estão descontados em relação a outros, gerando uma reação mais intensa.
Perspectivas para o mercado
Mesmo diante do clima mais favorável, os ativos brasileiros já estão em níveis elevados, o que torna provável uma correção pontual para realização de lucros. Assim, não está descartada a possibilidade de queda nos preços enquanto os investidores reavaliam o impacto real de um possível relaxamento das tensões entre os dois países.
Indicadores Econômicos
Brasil
Confiança do Consumidor da FGV em setembro: dado ainda não divulgado; anteriormente, foi de 86,2.
Estados Unidos
Venda de casas novas em agosto: expectativa de 650 mil unidades, contra 652 mil na última divulgação.



