Futuro Elétrico GM: CEO da GM Reavalia Aposta em Gasolina

Futuro Elétrico GM: CEO da GM Reavalia Aposta em Gasolina

CEO da GM promete futuro elétrico, mas mantém aposta em carros a gasolina

A CEO da General Motors (GM), Mary Barra, anunciou em 2022 uma visão audaciosa de um futuro sustentável com a transição para veículos elétricos, prometendo o lançamento de 30 modelos elétricos globalmente e a conversão da maioria das fábricas da GM na América do Norte para essa produção. Contudo, os recentes acontecimentos indicam uma mudança de rumo na estratégia da empresa.

Embora inicialmente considerada uma das líderes na defesa dos carros elétricos, a GM tem intensificado sua oposição às regulamentações governamentais que impõem limites às emissões e padrões de eficiência no consumo de combustível. Em contraste com o entusiasmo anterior, a montadora voltou a investir em veículos movidos a gasolina, incluindo motores V8, picapes e SUVs tradicionais.

Lobby e pressão contra regras ambientais

A GM tem sido um dos maiores gastadores em lobby junto ao governo federal dos EUA, empenhando cerca de US$ 11,5 milhões até junho para influenciar políticas, sobretudo visando enfraquecer normas de emissões mais rígidas e padrões de economia de combustível que vigoram há décadas. A empresa participou ativamente de campanhas para limitar a autoridade da Califórnia — considerada pioneira em legislação ambiental — para estabelecer regras estaduais mais duras, o que gerou críticas severas, inclusive do governador Gavin Newsom, que declarou que a GM agiu contra os interesses da população e do meio ambiente.

Desafios no mercado de veículos elétricos

A queda nas vendas dos veículos elétricos, agravada pelo fim do crédito fiscal federal de US$ 7.500 em setembro, tem contribuído para a desaceleração da transição da GM. Em 2025, os carros elétricos representaram cerca de 6% das vendas da montadora, embora este percentual ainda esteja distante do volume ideal para substituição dos modelos movidos a combustíveis fósseis. Mary Barra enfatizou que a empresa está comprometida em ouvir o consumidor, que ainda não estaria completamente preparado para a adoção rápida dos veículos elétricos.

Apesar disso, a GM ampliou sua gama de carros elétricos nos EUA para aproximadamente uma dúzia de modelos, mais do que seus concorrentes, e tem defendido incentivos federais que promovam a infraestrutura para veículos elétricos, como créditos fiscais e investimento em estações de recarga.

Conflitos internos e rivais

Nem todos na GM concordam com a rapidez da transição para elétricos, especialmente dentro da equipe de vendas. Ainda assim, Barra manteve sua posição, impondo metas ambiciosas para a produção e comercialização dos veículos elétricos, o que por algum tempo resultou em um crescimento significativo das ações da empresa. A antiga fábrica em Detroit, agora chamada Fábrica Zero, foi reformada para fabricar picapes e SUVs elétricos, como o Hummer EV, que teve até test-drives promovidos para os trabalhadores.

Porém, a realidade das vendas tem sido desafiadora, com inventários parados, queda dos preços dos veículos elétricos usados e até reportando recuos na Tesla. Nesse contexto, a GM dispensou 200 funcionários da Fábrica Zero no início deste ano.

Disputa com a Ford e a indústria automotiva

A GM também entrou em conflito com a Ford dentro da Aliança para a Inovação Automotiva, grupo do setor, em relação a subsídios governamentais para fábricas de baterias. A Ford buscava apoio para uma planta bilionária de baterias que emprega tecnologia chinesa, o que a GM e seu parceiro LG se opuseram, defendendo que os fundos fossem direcionados a projetos exclusivamente norte-americanos.

Essa discordância provocou tensões e levou a alterações nas regras da associação para evitar o veto de decisões por um único membro.

Retomada da produção de motores a gasolina

A GM decidiu reformular uma fábrica em Orion, Michigan, planejada para caminhões elétricos, para voltar a produzir veículos a gasolina. Além disso, uma fábrica de motores em Nova York que seria convertida para baterias agora mantém a produção de motores V8. Mesmo assim, representantes sindicais afirmam que a meta de veículos 100% elétricos até 2035 continua em vigor pela empresa.

Mary Barra reconhece que a transição para os elétricos depende da demanda do consumidor e da expansão da infraestrutura de recarga, mas mantém a convicção de que os veículos do futuro serão elétricos, acreditando na superioridade tecnológica desses veículos em relação aos movidos a combustíveis fósseis.

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