Novas tarifas de Trump podem impactar mercado de caminhões nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 6 de outubro de 2025 que a partir de 1º de novembro será aplicada uma tarifa de 25% sobre todos os caminhões médios e pesados importados pelo país. A iniciativa busca restringir a entrada desses veículos estrangeiros no mercado americano.
Em setembro, Trump já havia manifestado a intenção de tributar veículos pesados a partir de 1º de outubro, justificando a medida com base em argumentos relacionados à segurança nacional. Esse movimento representa uma intensificação da política do governo para proteger a indústria local contra a concorrência externa.
Fabricantes como Peterbilt e Kenworth, pertencentes à Paccar, bem como a Freightliner, da Daimler Truck, são algumas das empresas que devem se beneficiar com essa decisão.
Acordos comerciais e abrangência das tarifas
Conforme acordos firmados com o Japão e a União Europeia, os Estados Unidos aplicam hoje uma tarifa de 15% sobre veículos leves. Ainda não está claro se essa porcentagem será mantida ou ampliada para caminhões de maior porte com a nova regra.
Os tipos de caminhões atingidos pela medida englobam veículos de entrega, caminhões de lixo, de serviços públicos, ônibus urbanos, escolares e de transporte, além de caminhões articulados e industriais.
A Câmara de Comércio dos EUA já havia solicitado ao Departamento de Comércio que evitasse novas tarifas sobre caminhões, ressaltando que os cinco principais países exportadores — México, Canadá, Japão, Alemanha e Finlândia — são aliados ou parceiros estratégicos e, portanto, não representam ameaça à segurança nacional.
O papel do México nas importações
O México é o principal exportador de caminhões médios e pesados para os Estados Unidos. Um estudo divulgado em janeiro indicou que as importações desses veículos triplicaram desde 2019, alcançando aproximadamente 340 mil unidades, segundo dados governamentais.
De acordo com o acordo comercial da América do Norte (USMCA), caminhões dessa categoria podem ficar isentos de tarifas caso pelo menos 64% do valor do veículo seja originado na região, considerando componentes como motores, eixos, matérias-primas como aço e a mão de obra empregada na montagem.
A Stellantis, dona da Chrysler, produz caminhões pesados da marca Ram e vans comerciais no México, e tem buscado diálogo com a Casa Branca para evitar a imposição de tarifas elevadas sobre seus veículos fabricados no país.
Além disso, o Grupo Volvo, da Suécia, está investindo US$ 700 milhões para iniciar uma fábrica de caminhões pesados em Monterrey, no México, prevista para começar a operar em 2026.
O governo mexicano manifestou oposição formal à medida, afirmando ao Departamento de Comércio, em maio, que, em média, 50% das peças dos caminhões exportados para os EUA são produzidas nos Estados Unidos, incluindo motores a diesel.
Em 2024, os EUA importaram cerca de US$ 128 bilhões em peças para veículos pesados do México, o que corresponde a aproximadamente 28% do total das importações americanas desse segmento, conforme dados do governo mexicano.
Declarações recentes entre Trump e Lula
Na manhã do dia 6 de outubro, Donald Trump declarou ter tido uma “ótima conversa por telefone” com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Trump, o diálogo abordou diversos temas, com foco principal na economia e no comércio entre os dois países.
O presidente dos EUA afirmou que é provável que os dois líderes se encontrem em breve. Essa foi a segunda interação direta por vídeo entre eles, ocorrida cerca de duas semanas após o primeiro contato durante a Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro.
Desde que Trump retomou a presidência, em janeiro, tem pressionado o Brasil para suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, e, em agosto, aplicou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, além de impor sanções a autoridades brasileiras.
O governo brasileiro também avaliou a ligação como positiva, destacando em comunicado do Palácio do Planalto que a conversa teve tom amigável e durou cerca de 30 minutos. Durante a conversa, Lula solicitou a retirada das tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros e das sanções impostas contra autoridades do país.



