Ibovespa Cai e Dólar Sobe Com Fiscal e Ameaças Tarifárias

Ibovespa Cai e Dólar Sobe Com Fiscal e Ameaças Tarifárias

Ibovespa fecha semana em baixa com preocupações fiscais e ameaças tarifárias dos EUA; dólar atinge R$ 5,50

Na última sexta-feira (10), o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o pregão com queda de 0,73%, aos 140.680,34 pontos, acumulando um recuo semanal de 2,44%. O dólar comercial, por sua vez, avançou expressivamente, fechando cotado a R$ 5,50, o maior valor registrado desde agosto.

No cenário doméstico, a incerteza fiscal retornou ao radar dos investidores após o governo anunciar modificações no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Entre as alterações, destaca-se a elevação do teto para financiamentos de imóveis, que sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, além da liberação imediata de quase R$ 37 bilhões para o setor habitacional.

Apesar dessas mudanças, permanecem as apreensões quanto à estabilidade fiscal, agravadas pelo revés na tramitação da medida provisória 1303, que tinha o objetivo de aumentar a arrecadação. Segundo Paulo Monteiro, gestor da Gravus Capital, especulações acerca de um pacote de medidas para 2026, estimado em R$ 100 bilhões, acentuam a inquietação do mercado sobre os possíveis impactos fiscais futuros.

Do ponto de vista internacional, cresce a tensão entre Estados Unidos e China. O ex-presidente Donald Trump indicou, por meio de suas redes sociais, que avalia impor novas tarifas contra a China em razão da suposta falta de colaboração do país asiático no fornecimento de metais de terras raras. Essa situação enfraqueceu o yuan chinês, exercendo pressão sobre o real brasileiro e demais moedas emergentes, especialmente aquelas vinculadas à exportação de commodities.

Desempenho do Ibovespa e principais movimentos

Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou entre um máximo de 142.273,75 pontos e um mínimo de 140.231,24 pontos, registrando volume de negociações de aproximadamente R$ 22,9 bilhões. O índice sofreu influência negativa das principais empresas, com quedas expressivas em ações de setores como commodities e bancos, destacando-se recuos em Petrobras, Vale e grandes instituições financeiras.

Entre as maiores valorizações do pregão, destacaram-se as ações das seguintes empresas:

  • EGIE3: alta de 1,45%, cotada a R$ 40,45
  • BEEF3: valorização de 1,08%, a R$ 6,53
  • SUZB3: aumento de 1,05%, fechando a R$ 48,19
  • LREN3: alta de 1,01%, cotada a R$ 13,98
  • HYPE3: valorização de 0,86%, a R$ 21,05

Por outro lado, as maiores perdas do dia ficaram com as seguintes ações:

  • CSNA3: queda de 6,06%, negociada a R$ 7,91
  • HAPV3: recuo de 6,02%, a R$ 33,71
  • BRKM5: baixa de 3,83%, cotada a R$ 6,27
  • CMIN3: perda de 3,67%, fechando em R$ 5,51
  • PRIO3: desvalorização de 3,38%, a R$ 36,02

Comportamento do dólar e mercados internacionais

O dólar comercial acompanhou a volatilidade do dia, reagindo com uma forte alta de 2,38% e encerrando a R$ 5,50. De acordo com o economista sênior André Valério, do Inter, a revalorização do dólar está ligada à escalada da tensão entre Estados Unidos e China, o que reflete no enfraquecimento das moedas ligadas à exportação de commodities, alinhando o real ao comportamento de outras moedas emergentes.

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York também apresentaram desempenho negativo diante das preocupações sobre tarifações. O índice S&P 500 caiu 2,71%, o Nasdaq registrou baixa de 3,56% e o Dow Jones recuou 1,90%. No acumulado da semana, esses índices fecharam, respectivamente, em -2,46%, -2,53% e -2,73%.

Fonte

Rolar para cima