Cresce interesse pelo ouro e temporada de balanços nos mercados brasileiro e americano; confira os principais destaques da semana
A busca pelo ouro como ativo seguro tem aumentado em meio às dúvidas econômicas globais.
A continuidade do shutdown do governo dos Estados Unidos durante a segunda semana trouxe impactos imediatos para o mercado mundial, impulsionando a procura por investimentos considerados de menor risco, como o ouro, ao mesmo tempo em que reacendeu o interesse por papéis do setor de utilities no Brasil. O metal precioso voltou a ser valorizado como um refúgio diante das incertezas políticas e econômicas atuais.
Especialistas da XP desenvolveram uma análise sobre as companhias do segmento elétrico brasileiro — destacando Neoenergia (NEOE3), CPFL (CPFE3) e Light (LIGT3) — recomendando a compra desses ativos, por seu potencial de valorização e resistência frente à volatilidade global.
Temporada de divulgação de resultados movimenta investidores
Com a proximidade do período de apresentação dos resultados referentes ao terceiro trimestre, aumentam as expectativas dos investidores em relação ao desempenho das empresas listadas na bolsa. Analistas projetam que diversos setores possam apresentar números consistentes, apoiados por indicadores macroeconômicos estáveis e um consumo em recuperação gradual.
A XP organizou um calendário detalhado com as principais datas de divulgação, contemplando tanto as companhias que compõem o Ibovespa quanto aquelas cobertas pela instituição. O foco está voltado para as margens operacionais e os efeitos de custos, taxa de juros e câmbio nos resultados corporativos.
Setor de utilities no Brasil entra em nova fase
O segmento de utilities brasileiro passa por transformações significativas, com uma realocação dos riscos entre os seus diversos subsetores nos últimos dez anos. A XP destaca que há relevantes oportunidades nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia.
De acordo com a análise, as três maiores apostas atualmente — Neoenergia, CPFL e Light — apresentam bom potencial de valorização e oferecem resiliência para os investidores, especialmente em um cenário global marcado pela volatilidade.
Além disso, o setor acompanha tendências como a digitalização das redes, a expansão das fontes renováveis e a busca por maior eficiência operacional, consolidando-se como uma base estável para carteiras diversificadas, dada sua natureza defensiva.
Ouro reafirma papel de ativo-refúgio
No contexto de incerteza política e financeira nos Estados Unidos, o ouro tem recuperado protagonismo como um ativo de proteção frente a riscos cambiais e inflação. A recente valorização demonstra a preferência de investidores por preservar valor diante da indefinição sobre a política fiscal americana.
Investir em ouro pode ser feito por meio de contratos futuros nas bolsas ou fundos específicos. Contudo, especialistas alertam para a volatilidade diária desse ativo global, ressaltando a importância de considerar o horizonte de investimento para lidar com essas oscilações.
Preparativos para a COP30 em Belém
Com a aproximação da COP30, que acontecerá em novembro na cidade de Belém (PA), governos e o setor privado intensificam as discussões acerca dos compromissos climáticos, num cenário que exige urgência em políticas ambientais.
Os principais temas esperados para a conferência envolvem a ampliação das metas para redução de carbono, o manejo sustentável das terras e a conservação da biodiversidade. Este evento representa um momento estratégico para o Brasil consolidar sua liderança em transição energética e bioeconomia, com impacto direto em políticas públicas e investimentos voltados à sustentabilidade.
Eletrobras minimiza riscos com desinvestimento na Eletronuclear
A Eletrobras (ELET3; ELET6) anunciou a venda de sua participação na Eletronuclear ao grupo J&F por R$ 535 milhões. Embora esse montante fique abaixo das expectativas iniciais sobre o valor justo do ativo, o mercado recebeu a operação de forma positiva, em razão da redução dos riscos e obrigações futuras para a estatal.
Essa alienação está alinhada com a estratégia da empresa de simplificação do portfólio e concentração em fontes renováveis e na transmissão de energia. O movimento também simboliza um passo importante na reestruturação da companhia após sua privatização, reforçando a busca por maior eficiência operacional.
Embraer reforça plano ambicioso de crescimento
Ao celebrar 25 anos na Bolsa de Nova York, a Embraer (EMBR3) renovou suas metas de expansão até o final da década, destacando investimentos contínuos em tecnologia e engenharia. Durante o Investor Day, a empresa apresentou estratégias para equilibrar a produção e diversificar seu portfólio.
Com forte atuação global, a fabricante brasileira pretende consolidar sua presença nos segmentos de defesa, aviação comercial e executiva. A visão para o futuro também inclui avanços em mobilidade aérea urbana e iniciativas de descarbonização, reforçando seu perfil inovador.
Setor de bens de capital projeta resultados mistos
Os indicadores do terceiro trimestre devem revelar um cenário diversificado para as companhias de bens de capital. Embora a Embraer deva apresentar desempenho robusto, a WEG (WEGE3) poderá manter boas margens, porém com um crescimento mais moderado. Já empresas como Marcopolo e Randon enfrentam desafios distintos e resultados variados.
A XP avalia que esse segmento funciona como um termômetro para a economia real, com a rentabilidade sendo o principal ponto de atenção dos investidores. Apesar dos obstáculos, a expectativa é de estabilidade operacional e crescimento gradual da demanda no setor industrial.