Lula Espera Reunião Com Trump Para Resolver Impasses Bilaterais

Lula Espera Reunião Com Trump Para Resolver Impasses Bilaterais

Lula espera encontro com Trump e aposta em diálogo para resolver divergências

Durante sua participação na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, Malásia, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (24) que aguarda um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para o domingo (26). Lula expressou otimismo sobre a possibilidade de discutir e superar os impasses entre os dois países.

“Estou esperançoso de que possamos chegar a um acordo”, afirmou Lula. “Ainda não há exigências definidas de nenhuma das partes. Vamos colocar as questões sobre a mesa e tentar encontrar uma solução. Pode estar certo que haverá uma solução”, acrescentou o líder brasileiro em conversa com jornalistas na porta do hotel onde está hospedado.

Trump, por sua vez, confirmou o compromisso da reunião durante entrevista concedida a repórteres a bordo do avião presidencial dos EUA, sinalizando a possibilidade de reavaliar a sobretaxa de 50% imposta sobre produtos brasileiros, desde que sejam apresentadas as condições adequadas.

“Acredito que sim”, respondeu Trump quando questionado sobre o encontro com Lula, e, ao ser perguntado se reduziria as tarifas, acrescentou: “Sob as circunstâncias certas”.

Primeira reunião oficial desde o início da crise tarifária

Este será o primeiro encontro formal entre Lula e Trump após a imposição da sobretaxa por parte dos EUA, medida que gerou tensões diplomáticas significativas na relação bilateral. A expectativa é que a conversa possa dar início a um processo de reconciliação e reorganização nas relações entre Brasil e Estados Unidos.

Os dois presidentes vinham demonstrando aproximação desde setembro, quando trocaram cumprimentos na Assembleia Geral da ONU em Nova York e relataram ter encontrado uma “boa química”. Em outubro, mantiveram contato telefônico por cerca de 30 minutos, diálogo intermediado pelas diplomacias dos dois países, no qual Lula solicitou a revogação das sanções aplicadas a ministros brasileiros e a retirada da sobretaxa vigente desde agosto.

O encontro na Malásia tem na pauta o debate sobre essas medidas, além das ações dos Estados Unidos em relação à Venezuela e à Colômbia, temas que o presidente brasileiro pretende levar à discussão, especialmente considerando sua oposição a qualquer forma de intervenção nos países sul-americanos.

Conflito comercial e tensões políticas

A sobretaxa de 50% imposta pelo governo Trump sobre produtos brasileiros é um dos aspectos que mais tensionam a relação entre os dois países. O presidente dos Estados Unidos justificou a medida mencionando supostas distorções econômicas, embora dados oficiais indiquem que não existe déficit comercial entre Brasil e EUA. Trump também atrelou as sanções a questões políticas ligadas ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à defesa dos “direitos de liberdade de expressão” dos cidadãos americanos.

Expectativa de reaproximação bilateral

O governo brasileiro vê na reunião uma oportunidade para avançar na negociação e superar os impasses atuais. Lula afirmou que as conversas serão conduzidas de forma aberta, sem restrições de temas, buscando resolver os entraves. O momento é marcado pela tentativa de reequilíbrio diplomático entre as duas nações, após um período de atritos.

Além disso, auxiliares do presidente Lula indicam a possibilidade de o chefe do Executivo brasileiro usar o encontro para discutir também as recentes iniciativas dos EUA na Venezuela e Colômbia, temas que afetam diretamente a estabilidade regional.

Enquanto isso, a presença crescente de forças militares dos Estados Unidos no Caribe, com o envio do grupo de ataque USS Gerald Ford, mostra a continuidade das tensões na região, sobretudo em relação à Venezuela.

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