Grupo Trigo Negocia Aquisição Da Casa Do Pão De Queijo

Grupo Trigo Negocia Aquisição Da Casa Do Pão De Queijo

Grupo Trigo negocia aquisição da Casa do Pão de Queijo, rede em recuperação judicial

O Grupo Trigo, responsável por marcas como Spoleto, China in Box e Gendai, está em processo de negociação para comprar a Casa do Pão de Queijo, que atualmente passa por recuperação judicial devido a uma dívida de R$ 57,5 milhões.

O presidente do Grupo Trigo, Tom Moreira Leite, revelou essa informação durante um painel da ABFCon 2025, evento promovido pela Associação Brasileira de Franchising, realizado em Una, Bahia.

Segundo Leite, a transação ainda não foi finalizada oficialmente, mas o acordo foi homologado pelo juiz há poucos dias. A aquisição inclui a marca Casa do Pão de Queijo e cerca de 150 lojas franqueadas.

Esta movimentação faz parte da estratégia do Grupo Trigo de expandir sua atuação através da compra de redes alimentícias que já possuem operações consolidadas, estrutura franquias estabelecida e reconhecimento significativo no mercado.

“Nosso foco é adquirir ativos por um valor vantajoso e direcionar os esforços para o que fazemos melhor, que é a gestão de sistemas de franquias”, afirmou o executivo.

Origem e trajetória da Casa do Pão de Queijo

A Casa do Pão de Queijo, formalmente conhecida como CPQ Brasil S/A, foi fundada em 1967 por Mário Carneiro, baseado em uma receita especial herdada de sua mãe, Dona Arthêmia.

A primeira loja inaugurada na Rua Aurora, no centro de São Paulo, teve grande sucesso vendendo ao redor de 2 mil pães de queijo no dia da abertura.

Com o crescimento da empresa, foi construída a primeira fábrica na Barra Funda, permitindo aumento da produção e expansão pelo modelo de franquias. Em 1987, a imagem de Dona Arthêmia passou a compor o logotipo da marca, sob a gestão de Alberto Carneiro Neto.

Durante os anos 2000, a rede alcançou mais de 200 franquias e recebeu investimento do fundo de Private Equity do Banco Pátria, que possibilitou a construção de uma nova fábrica em Itupeva, São Paulo. Em 2005, a rede contabilizava 700 pontos de venda e, em 2008, chegou a 1.000 unidades.

Em 2009, o Banco Standard se tornou sócio da empresa juntamente com Alberto Carneiro e Marco Aurélio Aliberti Mammana, adquirindo a participação que o Banco Pátria detinha na companhia. No ano seguinte, a CPQ Brasil S/A também assumiu os direitos da marca “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”.

Após o encerramento das operações do Standard Bank no Brasil, em 2012, Alberto Carneiro e Marco Aurélio Mammana retomaram 100% da posse da CPQ Brasil S/A.

Causas da recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo

Nos últimos anos, a Casa do Pão de Queijo investiu aproximadamente R$ 14 milhões na abertura de dez unidades próprias em aeroportos recentemente privatizados, aproveitando a expectativa de grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

No entanto, a chegada da pandemia de covid-19, em março de 2020, provocou uma queda abrupta no faturamento da empresa: perdas de 97% nos três primeiros meses e redução média de 50% no total do ano.

Os franqueados também foram impactados de forma severa, muitos foram obrigados a fechar suas operações.

A fábrica em Itupeva precisou suspender a produção em diversos momentos, afetando a produtividade. Além disso, a ausência de um serviço de delivery agravou a queda da receita.

O processo judicial menciona ainda as dificuldades enfrentadas pela empresa para conseguir linhas de crédito junto às instituições financeiras, o que levou a empresa a suspender temporariamente o pagamento de impostos.

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