EUA e China estabelecem trégua comercial por um ano após encontro entre Trump e Xi
Após seis anos sem reuniões, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, se encontraram durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Busan, Coreia do Sul, e fecharam um acordo para uma trégua comercial válida por um ano. O pacto foi anunciado na madrugada do dia 30 de outubro de 2025 e prevê a suspensão de tarifas e restrições que vinham gerando atritos entre as duas maiores economias globais.
No acordo firmado, os governos de Washington e Pequim concordaram em postergar por um ano a aplicação de medidas que impactariam áreas estratégicas. Como parte do compromisso, a China desistiu de impor controles sobre exportação de terras raras, enquanto os Estados Unidos suspenderam a ampliação de restrições tecnológicas contra subsidiárias de companhias chinesas.
Donald Trump declarou que o “problema das terras raras foi resolvido” e qualificou o encontro como “incrível”. Ele também comentou que os termos do entendimento serão revisados anualmente, com possibilidade de extensão por mais tempo. O acordo evita ainda a volta de tarifas que, em alguns produtos, poderiam ultrapassar a 100%.
Além disso, os EUA diminuíram de 20% para 10% as tarifas cobradas sobre produtos chineses ligados ao fentanil, enquanto a China se comprometeu a intensificar a repressão à exportação de precursores químicos dessa substância. Com essa redução, a tarifa média incidente sobre as exportações da China passa a ser de 45%.
O Ministério do Comércio chinês informou que as duas partes concordaram também em suspender por um ano as tarifas mútuas aplicadas a embarcações e empresas de logística. O pacto incluiu, ainda, a cooperação no setor agrícola, com a retomada das aquisições chinesas de soja americana.
Outro ponto destacado pelo comunicado da China foi o compromisso das partes em resolver de forma adequada as questões relacionadas ao funcionamento do TikTok nos Estados Unidos. Trump afirmou que seu país obteve o aval de Pequim para exercer controle sobre a plataforma durante sua operação no território norte-americano.
Os governos informaram que, seguindo o acordo, Trump fará uma visita oficial à China em abril de 2026, enquanto Xi Jinping realizará uma visita de retorno aos Estados Unidos. O tema de Taiwan não foi tratado durante a reunião, conforme afirmou o presidente americano.
O encontro durou aproximadamente 100 minutos e sinalizou uma mudança no tom dos líderes. Antes da reunião, Trump referiu-se a Xi como um “grande líder de um grande país”, ao passo que o presidente chinês ressaltou que seus países deveriam ser “amigos e parceiros”.
Os mercados reagiram de forma levemente negativa nas primeiras horas da manhã após a divulgação da trégua, com os futuros das bolsas de Nova York operando em baixa. O Dow Jones futuro caía 0,17%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq futuros registravam queda de 0,03% pouco antes das 6h (horário de Brasília).




