Ibovespa Registra Novo Recorde Movido por Vale e Setor Bancário

Ibovespa Registra Novo Recorde Movido por Vale e Setor Bancário

Ibovespa Alcança Novo Recorde e se Aproxima dos 149 Mil Pontos Impulsionado por Vale e Setor Bancário

Na última quarta-feira (29), o Ibovespa atingiu patamares históricos, chegando a ultrapassar os 149 mil pontos em seu ponto máximo, impulsionado principalmente pelas ações da Vale e do setor bancário, além de ser favorecido pela recente decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros.

O índice fechou o dia em alta de 0,82%, registrando 148.632,93 pontos, com sua máxima diária atingindo 149.067,16 pontos e a mínima em 147.429,63. O volume financeiro negociado durante o pregão foi de R$ 23,85 bilhões.

Dólar Finaliza Estável Após Decisão do Federal Reserve

O Banco Central dos Estados Unidos optou por um corte de 0,25 ponto percentual nos juros básicos, reduzindo-os para a faixa entre 3,75% e 4%, conforme as expectativas do mercado. Além disso, anunciou a retomada de compras limitadas de títulos do Tesouro americano (Treasuries), em resposta a sinais de escassez de liquidez nos mercados monetários, compromisso esse que visa assegurar condições mais adequadas para o funcionamento dos mercados financeiros.

Jerome Powell, presidente do Fed, destacou em coletiva que há divergências internas entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) quanto às próximas medidas a serem adotadas. Ele também alertou que os investidores não devem imaginar que um novo corte de juros seja certo no final deste ano.

No mercado americano, o índice S&P 500 bateu novo recorde intradiário, chegando próximo a 7.000 pontos, mas fechou praticamente estável após a fala mais cautelosa de Powell sobre a condução da política monetária para dezembro.

Segundo Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, a decisão do Fed não surpreendeu, porém os comentários de Powell que restringem expectativas de um corte adicional no final do ano foram vistos negativamente pelos investidores. Ele explicou que, apesar de ainda acreditarem que um corte de 0,25 ponto percentual é o cenário mais provável, a mensagem do presidente do Fed reforça a incerteza sobre a direção futura. Igliori também mencionou a indefinição sobre o impacto do enfraquecimento do mercado de trabalho e dos efeitos de tarifas comerciais na inflação.

Diferenças Internas no Comitê Federal do Fed

Na reunião de quarta-feira, houve votação dividida: dez membros apoiaram o corte de 25 pontos-base, um sugeriu uma redução maior e um votou pela manutenção da taxa de juros. O diretor Stephen Miran defendeu novo corte mais profundo, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, foi contra qualquer redução considerando o nível atual da inflação.

Comportamento do Câmbio no Brasil

No Brasil, o dólar encerrou o dia praticamente sem variação, revertendo as perdas observadas no início das negociações. A decisão do Fed e a sinalização de que não há certeza de cortes extras em dezembro fortaleceram a moeda americana globalmente.

O dólar à vista fechou em leve queda de 0,04%, cotado a R$ 5,3581, acumulando uma desvalorização de 13,29% no ano até esta data. Já na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o contrato futuro mais líquido para novembro apresentava recuo de 0,03%, negociado a R$ 5,3635 por volta das 17h08.

Durante a tarde, o dólar havia se desvalorizado contra o real e outras moedas emergentes, como o peso chileno, o rand sul-africano e o peso mexicano, até que o anúncio da decisão do Fed por volta das 15h alterou o cenário, impulsionando a moeda americana.

Além da redução da taxa referencial, o Fed comunicou que encerrará a redução gradual do seu balanço patrimonial de US$ 6,6 trilhões em ativos, diante das evidências de que a liquidez nos mercados monetários está se tornando mais restrita. Esta medida, antecipada por Powell, visa normalizar a liquidez disponível no mercado.

Como resultado desse conjunto de decisões e declarações, os títulos do Tesouro americano tiveram seus rendimentos valorizados, em meio à percepção de que um novo corte de juros em dezembro é incerto. Durante a coletiva, Powell reforçou que há divergência entre os membros do Fed e que os mercados não devem contar com uma nova redução de juros neste ano.

Em consequência, o dólar se valorizou frente a várias moedas globais e também no Brasil. Por exemplo, após atingir a mínima de R$ 5,3345 (-0,49%) perto do meio-dia, a moeda americana subiu para um pico de R$ 5,3679 (+0,14%) por volta das 16h13, já após o anúncio do Fed.

No fechamento, o dólar se aproximou da neutralidade. Também no exterior, a moeda norte-americana avançava no final da tarde, com o índice do dólar subindo 0,53% para 99,191 pontos às 17h15, medindo sua performance em relação a um conjunto de seis outras moedas fortes.

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