Jovens Frequentam Menos Restaurantes nos EUA; Entenda os Motivos
Executivos das redes Chipotle Mexican Grill Inc. e Shake Shack Inc. têm alertado sobre o impacto da redução do poder de compra e do aumento do desemprego entre os jovens no desempenho das vendas. Segundo informações da Bloomberg, o grupo etário que antes impulsionava o crescimento do segmento de fast casual, composto por pessoas entre 20 e 34 anos, vem consumindo menos refeições fora de casa.
Durante teleconferências para divulgação de resultados, líderes dessas empresas destacaram que o mercado de trabalho mais restrito, o menor crescimento dos salários e a retomada dos pagamentos de dívidas estudantis têm contribuído para limitar os orçamentos desse público, o que reflete na menor frequência em restaurantes.
Queda no Consumo e Desaceleração dos Salários
Scott Boatwright, CEO da Chipotle, revelou que jovens entre o final dos 20 e o começo dos 30 anos são responsáveis por cerca de 25% das vendas da rede, uma participação superior à média do setor. Ele também mencionou que clientes que ganham menos de US$ 100 mil por ano estão diminuindo suas visitas.
Os dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho indicam que a taxa de desemprego para pessoas entre 25 e 34 anos chegou a 4,4% em agosto, o maior nível desde fevereiro, enquanto o desemprego para jovens entre 20 e 24 anos atingiu 9,2%, a maior taxa dos últimos quatro anos. Além disso, o JPMorgan Chase Institute revela que o ritmo de aumento salarial desse grupo desacelerou significativamente, marcando um dos menores índices desde 2011, período de recuperação da crise financeira.
Rob Lynch, CEO da Shake Shack, ressaltou que o crescimento do desemprego entre jovens tem impacto direto no desempenho do setor, acrescentando que consumidores de renda mais baixa estão enfrentando uma pressão extra.
Mudanças nos Hábitos de Consumo Afetam o Setor
Boatwright ressaltou que a diminuição do consumo não é resultado de maior concorrência no mercado, mas fruto de uma mudança nos hábitos de gastos. O público jovem está optando por refeições mais econômicas, preparadas em casa ou adquiridas em supermercados.
Ele afirmou que essa tendência não é exclusiva da Chipotle, mas sim um fenômeno que se manifesta em toda a indústria alimentícia e em outros segmentos de produtos considerados não essenciais.



