BTG Pactual reduz preço-alvo das ações da Weg (WEGE3)
No relatório divulgado nesta segunda-feira (27), o BTG Pactual ajustou suas projeções para a Weg (WEGE3) após analisar os resultados do terceiro trimestre de 2025.
A instituição financeira revisou o preço-alvo das ações da Weg, reduzindo-o de R$ 54 para R$ 52. Apesar da revisão, o banco manteve a recomendação de compra, ressaltando um potencial de valorização de 25,7% para os próximos 12 meses.
Essa atualização evidencia um cenário desafiador no curto prazo, mas segue mantendo uma visão positiva para o crescimento da empresa no longo prazo, destacando a sólida trajetória da fabricante catarinense.
Segundo o BTG, a decisão de cortar o preço-alvo reflete uma desaceleração temporária causada pela imposição de tarifas de importação nos Estados Unidos, além de uma demanda global mais fraca.
Mesmo com essas dificuldades, o banco enfatiza que os fundamentos da Weg permanecem fortes, sustentados por uma diversificação ampla tanto geográfica quanto no portfólio de produtos, o que reforça a perspectiva positiva para o futuro. Para o BTG, o preço atual da ação já incorpora boa parte das incertezas presentes.
Em 2025, as ações da WEGE3 acumulam queda de 22%, contrastando com a valorização de 22% do Ibovespa no mesmo período. O BTG interpreta esse desempenho inferior como uma precificação dos riscos de curto prazo, o que pode abrir margem para recuperação quando o setor industrial retomar seu ciclo. Além disso, a redução dos múltiplos coloca a Weg em patamar similar ao de seus pares globais, limitando a possibilidade de maiores quedas.
Nos resultados do terceiro trimestre de 2025, a receita líquida da Weg aumentou 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando abaixo da previsão de crescimento de 7% projetada pelo banco. Desconsiderando os efeitos de fusões e aquisições, o crescimento foi de 3%.
O EBITDA da empresa registrou uma margem de 22,2%, superando a estimativa de 21,5% do BTG, demonstrando boa disciplina no controle de custos e ganhos de eficiência, mesmo diante de uma demanda mais contida.
Para os próximos anos, o BTG revisou as projeções da Weg, reduzindo em 4% a estimativa de receita para 2025, para R$ 41,3 bilhões, e em 7% para 2026, para R$ 44,7 bilhões.
As margens de EBITDA foram ajustadas para 21,9% em 2025 e 22,2% em 2026, considerando mudanças no mix de produtos e a normalização dos preços. Apesar dessas alterações, a tese principal de crescimento consistente não foi modificada.
Em resumo, a Weg continua apresentando vantagens competitivas relevantes, mantendo rigor operacional e um balanço financeiro robusto, elementos que sustentam a recomendação de compra do BTG.
Mesmo com a pressão no curto prazo, o banco destaca catalisadores importantes no horizonte, como a retomada da indústria, novos projetos no setor de energia e esforços contínuos em eficiência, o que configura um perfil de risco-retorno atrativo para os investidores.
