Escassez De Avelã Na Turquia E O Impacto Na Nutella Pelo Mundo

Escassez De Avelã Na Turquia E O Impacto Na Nutella Pelo Mundo

Como a escassez de avelã na Turquia pode impactar a Nutella globalmente

A produção reduzida e o aumento recorde nos preços da avelã na Turquia têm levado a Ferrero, fabricante italiana responsável pela Nutella, a buscar alternativas como o uso de estoques próprios e a importação de avelãs de outros países para garantir o fornecimento. Segundo o Financial Times, a Turquia produz quase dois terços da avelã consumida mundialmente, sendo crucial para a indústria de confeitaria.

Desde o verão europeu, que vai de junho a setembro, os preços da avelã quase dobraram devido a uma safra prejudicada por uma geada na primavera e por infestações do percevejo-marmorizado-marrom, que comprometeram a oferta do produto. A Ferrero, que responde por cerca de 25% do consumo global da castanha, tem recorrido a suas reservas e às importações principalmente do Chile e dos Estados Unidos para manter seus estoques abastecidos.

Aumento da especulação e disputa pelo produto

Essa estratégia da Ferrero incentivou uma onda de compras especulativas por parte de intermediários na Turquia, que apostam em uma retomada das aquisições da empresa italiana, intensificando a disputa pelo produto.

Redução na colheita e elevação dos preços

Em um ano normal, a Turquia colhe entre 600 mil e 700 mil toneladas de avelãs, cerca de dois terços da produção mundial. Para 2025, a previsão é de uma colheita entre 300 mil e 500 mil toneladas, pressionando ainda mais o mercado. Conforme divulgado pelo Financial Times, o preço da tonelada de avelã descascada aumentou de US$ 9 mil em junho para US$ 18 mil atualmente. O Conselho Turco de Grãos elevou o preço mínimo em 20%, porém o mercado acabou ultrapassando essa marca.

Apesar da alta significativa, a Ferrero mantém uma postura cautelosa, pois possui estoques para longo prazo e não tem pressa para novas aquisições. Marco Botta, gerente da Ferrero Hazelnut Company, declarou que a diversificação das origens da avelã — com plantações também no Chile, Estados Unidos, Sérvia e Itália — ajuda a companhia a lidar com períodos de escassez.

Além dos grandes distribuidores, pequenos produtores também estocam avelãs, tentando preservar suas margens frente à inflação e ao aumento dos custos da mão de obra. Todavia, o crescimento dos preços não tem compensado a queda na produtividade em muitas áreas próximas ao Mar Negro.

Fonte

Rolar para cima