Manutenção Da Selic Em 15%: O Que Esperar Da Reunião Do Copom

Manutenção Da Selic Em 15%: O Que Esperar Da Reunião Do Copom

Manutenção da Selic em 15%: O que se espera da reunião do Copom

Nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) dará início a uma reunião em que provavelmente manterá a taxa básica de juros, a Selic, estável em 15% ao ano pela terceira vez seguida. Analistas econômicos consultados pela EXAME indicam que essa manutenção dos juros é a expectativa predominante, enquanto o Copom pode fornecer sinais a respeito do começo do ciclo de redução dos juros.

Perspectivas para a decisão e próximos passos

Na última reunião, o Banco Central (BC) destacou que o início dos cortes na taxa de juros deve ocorrer apenas em 2026. Em eventos recentes, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que a taxa de juros permanecerá elevada por um período prolongado para garantir que a inflação seja controlada dentro da meta estabelecida.

De acordo com Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter, não se esperam surpresas na reunião de novembro, com a manutenção da Selic em 15% praticamente garantida. Entretanto, ela aposta que o comunicado divulgado pelo Copom apresentará um tom mais otimista, já que o cenário econômico atual melhorou, não só pela queda da inflação acima do previsto, como também pela melhora nas expectativas inflacionárias, inclusive para prazos longos.

O Boletim Focus, uma importante pesquisa de mercado, apontou uma ligeira melhora nas previsões do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025, caindo de 4,56% para 4,55%, mantendo a tendência de desinflação gradual próxima ao teto da meta. As projeções para os anos de 2026 e 2027 também apresentaram recuo.

Indicadores econômicos e possíveis mudanças no comunicado do Copom

Os dados mais recentes indicam desaceleração da economia, com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrando queda em agosto. Além disso, o mercado de trabalho e o sistema de crédito mostram sinais de enfraquecimento.

Um relatório do Banco Daycoval sugere que o comunicado do Copom será firme, mas poderá omitir a parte que abre espaço para um eventual aumento da Selic, caso seja necessário. A retirada desse trecho sinalizaria que o início dos cortes nos juros pode ficar em aberto para o começo do próximo ano. Caso o trecho seja mantido, o começo dos cortes provavelmente será adiado.

Possibilidade de início da redução dos juros em dezembro

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, a proximidade do IPCA do final do ano com o teto da meta abre espaço para a redução dos juros. Ele acredita que o BC poderia iniciar o ciclo de cortes já na reunião de dezembro, aproveitando uma janela de oportunidade antes do período eleitoral.

No entanto, o cenário político, especialmente as incertezas relacionadas às eleições, pode gerar instabilidade e limitar a capacidade do Banco Central de manter a Selic abaixo do esperado pelo mercado, que aponta para uma taxa de encerramento de 12% em 2026.

Sérgio Vale destaca que tudo dependerá da visão do Banco Central para 2027, um ano que deve ser desafiador devido ao ajuste fiscal e às incertezas eleitorais. Portanto, a possibilidade de quedas mais expressivas na taxa de juros parece remota no momento.

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