Aversão ao risco afeta mercados e provoca alerta; perspectivas para o Ibovespa nesta sexta-feira (20)
O retorno do Brasil ao mercado após o feriado se dá em meio a um ambiente global marcado pelo pessimismo. Os mercados internacionais sofrem com uma crescente aversão ao risco, refletindo a percepção de que as chances de redução dos juros pelo Federal Reserve em dezembro estão se afastando cada vez mais.
O relatório do payroll divulgado na véspera indicou que os Estados Unidos criaram 119 mil vagas no mês de setembro, superando a expectativa do mercado, que era de 51 mil. Além disso, os dados referentes a agosto foram revisados, passando de 22 mil contratações para 4 mil demissões. Apesar disso, a taxa de desemprego subiu, atingindo o maior patamar em quase quatro anos.
Esses números do mercado de trabalho se juntam à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que trouxe ainda mais incertezas sobre o panorama econômico e evidenciou divergências internas sobre o futuro da política monetária americana.
De acordo com o CME FedWatch, 64,9% dos investidores apostam na manutenção dos juros, enquanto 35,1% esperam um aumento de 0,25 ponto percentual.
Contexto do mercado brasileiro
No mercado doméstico, os investidores repercutem a decisão de Donald Trump de suspender a tarifa suplementar de 40% imposta desde o começo de novembro sobre diversos produtos brasileiros, tais como carne bovina, café, suco de laranja e outros itens agrícolas.
No último pregão, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,73%, aos 155.380,66 pontos. O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,3385, com valorização de 0,39%. Já o iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal ETF brasileiro negociado em Nova York, recuava 0,31% no pré-market, sendo cotado a US$ 31,80.
Ambiente nos mercados internacionais
As bolsas asiáticas encerraram a sessão com quedas superiores a 2%, registrando a maior perda semanal desde abril. Por sua vez, os principais índices europeus também apresentaram retração, enquanto os futuros de Wall Street tinham alta moderada.
O preço do petróleo acusava queda, influenciado pela notícia de que Volodymyr Zelensky aceitou colaborar com Washington para elaborar um plano de paz, o que pode liberar nova oferta de barris a um mercado já fragilizado.
O segmento de criptomoedas vivia momentos de instabilidade, com o bitcoin sendo negociado perto dos US$ 82 mil após uma queda de 10,7%, caminhando para o seu pior desempenho mensal desde 2022. A ethereum também registrava baixa de 11%, cotada a US$ 2.600.
Agenda econômica para o dia
Os indicadores previstos para a sexta-feira são:
- 06h – Zona do Euro: PMI/S&P Global composto preliminar
- 11h45 – Estados Unidos: PMI/S&P Global composto preliminar
- 12h – Estados Unidos: Índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan
Agenda de autoridades brasileiras
Não foram divulgadas as agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Fernando Haddad. Já Gabriel Galípolo cumprirá despachos internos.
Análise dos mercados nesta manhã
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: -2,30%
- Hong Kong/Hang Seng: -2,38%
- Xangai/China: -2,45%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE 100: -0,70%
- Frankfurt/DAX: -1,33%
- Paris/CAC 40: -0,71%
Wall Street (contratos futuros)
- Nasdaq: +0,02%
- S&P 500: +0,16%
- Dow Jones: +0,39%
Commodities
- Petróleo Brent: queda de 2,15%, cotado a US$ 62,02 o barril
- Petróleo WTI: queda de 2,49%, cotado a US$ 57,53 o barril
- Minério de ferro: queda de 0,32%, cotado a US$ 110,48 a tonelada em Dalian
- Ouro: recuo de 0,52%, cotado a US$ 4.039,96 por onça-troy
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): queda de 10,7%, cotado a US$ 82.067,03
- Ethereum (ETH): queda de 11%, cotado a US$ 2.676,76



