Crash do mercado cripto atinge perda de US$ 1 trilhão desde o pico
O mercado de criptomoedas sofreu um novo baque significativo em 2025, com o bitcoin caindo para o valor mais baixo em sete meses, ampliando as perdas totais para mais de US$ 1 trilhão desde o auge registrado no início de outubro.
Na tarde de quarta-feira (19), durante as negociações em Nova York, o bitcoin registrou valor próximo a US$ 88.522, marcando uma queda considerável em relação ao recorde de US$ 124.000 alcançado em outubro. Este declínio afetou diversos perfis de investidores, desde compradores individuais até grandes empresas que gerenciam tesouraria em ativos digitais, cujas avaliações vêm sendo severamente impactadas.
Os níveis psicológicos mais próximos no mercado se situam em US$ 85.000 e US$ 80.000, com o piso de 2025 na casa dos US$ 77.424, estabelecido durante as turbulências causadas pelas tarifas impostas por Donald Trump em abril, ganhando atenção dos participantes do mercado.
A capitalização total do mercado cripto chegou a cerca de US$ 4,3 trilhões em 6 de outubro e atualmente está próxima de US$ 3,2 trilhões. Embora pareça uma forte queda, grande parte dessa diminuição representa perdas “no papel”, sem que necessariamente haja saída efetiva de capital dos investidores.
Em 10 de outubro, o mercado passou por uma rodada intensa de liquidações forçadas, com mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas sendo fechadas. Esse movimento revelou a fragilidade do cenário atual, provocando reações em cadeia como chamadas de margem e saídas significativas de capital negociado em bolsas, ao mesmo tempo em que reduziu o interesse de novos compradores.
James Butterfill, líder de pesquisa da CoinShares, comentou que os investidores estariam se sentindo desorientados devido à ausência de diretrizes claras no cenário macroeconômico, passando a observar e se preocupar com as movimentações das “baleias” — grandes possuidores de ativos que podem influenciar os preços no mercado.
O otimismo que impulsionou o bitcoin para além dos US$ 126.000 no início do ano fundamentava-se em duas perspectivas principais: a expectativa de cortes suces-sivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve e uma adoção institucional crescente incentivada pelo governo Trump. Entretanto, ambos os fundamentos estagnaram, provocando a saída dos investidores que buscavam aproveitar o momentum.
Essa queda está impactando fortemente as companhias focadas em tesouraria de ativos digitais, cujas avaliações foram construídas durante o período de alta dos preços. Além do bitcoin, o ether também recuou e voltou a operar abaixo da barreira dos US$ 3.000. Embora tenha ficado atrás do bitcoin na primeira metade da valorização em 2025, o ether chegou a alcançar quase US$ 5.000 em agosto, superando momentaneamente a sua máxima histórica de 2021, mas depois perdeu essas conquistas.
