Planos Da Petrobras Para Investimentos, Produção E Dividendos Até 2030

Planos Da Petrobras Para Investimentos, Produção E Dividendos Até 2030

Conheça os planos da Petrobras para investimentos, produção e dividendos até 2030

A Petrobras divulgou nesta quinta-feira (27) seu novo plano estratégico para os próximos cinco anos, que inclui uma redução nos investimentos em comparação ao plano anterior, aumento da produção e uma diminuição na distribuição de dividendos aos acionistas. Essas decisões foram tomadas em resposta à previsão de queda do preço do petróleo Brent, referência global para a commodity.

Investimentos e crescimento da produção

O planejamento estabelece investimentos totais de US$ 109 bilhões (aproximadamente R$ 581,4 bilhões) classificados como Capex, que são recursos destinados à expansão e manutenção das operações da empresa. Esse valor é inferior ao alocado no plano anterior, que previa US$ 111 bilhões (R$ 592,1 bilhões).

Desse montante, US$ 91 bilhões (R$ 485,4 bilhões) serão aplicados em projetos em andamento, enquanto US$ 18 bilhões (R$ 96 bilhões) serão destinados à Carteira em Avaliação, que envolve iniciativas em fase de estudo e sujeitas a análise antes de aprovação.

Para produção, a estatal espera alcançar 2,7 milhões de barris diários (bpd) em 2028, uma elevação de 200 mil bpd em relação à estimativa para 2026 (2,5 milhões), e 100 mil bpd a mais do que o previsto para 2027 (2,6 milhões). A expectativa é que a produção mantenha esse nível até 2034.

Analistas indicam que o plano busca enfrentar a redução no preço do Brent com uma estratégia que prioriza flexibilidade nos investimentos, aumento da produção e contenção de gastos.

Foi implementado um sistema que separa os projetos já aprovados daqueles que ainda estão sob análise de financiabilidade — um estudo que verifica a viabilidade e segurança para investimento. Projetos passarão por avaliações trimestrais, levando em consideração a disponibilidade de caixa, retorno esperado e condições de mercado.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou: “Cada trimestre revisaremos esses projetos para garantir sua adequação às condições do mercado e a financiabilidade.”

Em termos de preços, a empresa projeta o Brent em US$ 63 por barril em 2026, com elevação gradual para cerca de US$ 70 ao longo dos anos até 2030.

Dividendos

Para os próximos anos, a empresa espera distribuir dividendos entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 240 bilhões a R$ 266,7 bilhões), valor inferior ao previsto no plano anterior, que estimava entre US$ 45 bilhões e US$ 55 bilhões (R$ 240 bilhões a R$ 293,4 bilhões).

A Petrobras também não planeja mais pagamentos extraordinários de dividendos, que antes estavam projetados entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões (R$ 26,7 bilhões a R$ 53,3 bilhões). O diretor financeiro, Fernando Melgarejo, esclareceu que essa decisão reflete o cenário de preços mais baixos para o Brent.

Segundo Melgarejo, para haver dividendos extraordinários, seria necessário um preço do petróleo mais elevado e uma produção além do que está projetado. Ele afirmou: “A produção prevista está mantida, mas o Brent não deve apresentar alta no curto prazo, o que dificulta dividendos extras.”

O executivo enfatizou o compromisso de distribuir recursos excedentes sem comprometer a capacidade financeira para os investimentos.

Exploração e produção

O plano destinou US$ 69,2 bilhões para a Carteira de Implantação, que cobre projetos de exploração e produção. A distribuição desse valor contempla:

  • 62% para empreendimentos no Pré-sal;
  • 24% para campos do Pós-sal;
  • 10% em atividades de exploração;
  • 4% para projetos em terra, águas rasas, ativos internacionais e iniciativas ligadas a tecnologias ou descarbonização.

A expectativa de incremento na produção no curto e médio prazo está baseada em uma gestão aprimorada dos reservatórios, perfuração de novos poços complementares, implementação de novos sistemas produtivos e maior disponibilidade futura de gás natural.

A presidente Magda Chambriard explicou que a manutenção da produção entre 2027 e 2030 dependerá do “desenvolvimento complementar”, que consiste em substituir poços com menor produtividade por novos mais eficientes nas mesmas plataformas.

A Petrobras ainda pretende investir na Margem Equatorial, com a perfuração de um novo poço. Sylvia Maria Couto dos Anjos, diretora-executiva de exploração e produção, detalhou que o poço Morpho, localizado na Foz do Amazonas, está sendo perfurado, e outro será perfurado no Rio Grande do Norte, com a expectativa de somar-se aos dois poços já descobertos na região para garantir volume que justifique a instalação de uma unidade de produção.

Ela ressaltou que, embora os dois primeiros poços tenham apresentado óleo, ainda é preciso otimizar volumes para cobrir os custos, e o terceiro poço poderá complementar esses volumes ou, se viável, justificar a produção sozinho.

Fonte

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