Daniel Vorcaro é libertado com uso de tornozeleira eletrônica e proibido de realizar transações financeiras
Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, deixou o Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos na manhã de sábado, 29 de novembro de 2025, após passar 11 dias preso durante a Operação Compliance Zero. A libertação foi garantida após concessão de habeas corpus pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), contemplando também outros quatro executivos vinculados à instituição.
A decisão da desembargadora Solange Salgado ressaltou que, apesar dos fundamentos iniciais que justificaram a prisão preventiva, os crimes imputados a Vorcaro não envolveram violência ou ameaça grave contra pessoas. Em razão disso, a prisão foi substituída por diversas medidas cautelares que incluem o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico em juízo, restrição de contato com os demais investigados, proibição de se ausentar da comarca, recolhimento domiciliar durante a noite, suspensão das atividades financeiras e entrega do passaporte com vedação de saída do país.
Vale destacar que, antes da prisão, o passaporte de Vorcaro já havia sido retido pela Polícia Federal. Ele foi detido no dia 17 de novembro ao tentar embarcar em uma aeronave particular rumo ao exterior. No dia seguinte, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, pouco depois do Grupo Fictor manifestar interesse na aquisição da instituição.
Espera-se que o banqueiro deixe a prisão já com a tornozeleira eletrônica colocada, visto que em alguns casos a instalação do equipamento pode ocorrer após a liberação, mas acredita-se que não será essa a situação de Vorcaro.
Contexto da investigação envolvendo Daniel Vorcaro e o Banco Master
Vorcaro enfrenta acusações relacionadas a fraudes financeiras que somam R$ 12,2 bilhões. Conforme as apurações da Polícia Federal, o Banco Master teria efetuado a venda de carteiras de crédito falsas ao Banco de Brasília (BRB), como uma forma de mascarar desequilíbrios em suas contas.
Em contrapartida, o Master sustenta que agiu de boa-fé na negociação com o BRB, permitindo que o banco público substituísse essas carteiras por outros ativos, com o intuito de evitar perdas financeiras.
Em março de 2025, o BRB apresentou uma proposta formal para adquirir o Banco Master. Depois de cinco meses de análises e disputas internas, o Banco Central recusou essa transação.
No dia 18 de novembro, paralelamente à prisão de Vorcaro, o Banco Central oficializou a liquidação extrajudicial do Banco Master. Na véspera, um consórcio liderado pelo Grupo Fictor em parceria com investidores dos Emirados Árabes Unidos havia externado o interesse em comprar a instituição financeira.



