Futuros de Nova York registram queda diante da retomada da aversão ao risco e preocupações com inflação e avaliações
Os contratos futuros das bolsas americanas abriram em baixa nesta terça-feira (2), rompendo uma sequência de cinco sessões positivas consecutivas registradas na segunda-feira. Esta oscilação reflete a retomada do medo de risco entre os investidores, motivada pela persistência das preocupações com a inflação, avaliações elevadas e dúvidas renovadas em relação ao potencial retorno dos investimentos em inteligência artificial.
Por outro lado, o otimismo permanece quanto à possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) promova um corte na taxa de juros já na próxima semana. Atualmente, o mercado atribui uma probabilidade de 87,6% para que haja essa redução na reunião que acontecerá em breve, um percentual significativamente superior ao registrado em meados de novembro, segundo dados da ferramenta FedWatch da CME.
Panorama nos Estados Unidos
Na segunda-feira, dados econômicos divulgados indicaram que a atividade industrial dos EUA teve sua pior queda em quatro meses durante novembro, influenciada principalmente pela redução dos pedidos.
O Fed deverá receber um relatório atualizado, embora defasado, sobre seu índice preferencial de inflação antes de decidir sobre a taxa de juros na próxima semana. A expectativa é de que o documento, previsto para sexta-feira, mostre que as pressões inflacionárias permanecem constantes, mas ainda significativas. Entretanto, o foco do debate provavelmente será o mercado de trabalho, considerado crucial pelos formuladores de política monetária para conduzir a decisão sobre a taxa.
Além do relatório de inflação, outros dados importantes da semana incluem a pesquisa ADP de emprego para novembro e uma prévia do índice de confiança do consumidor referente a dezembro.
Mercados Futuros dos EUA (variação)
– Dow Jones Futuro: -0,13%
– S&P 500 Futuro: -0,14%
– Nasdaq Futuro: -0,18%
Desempenho dos mercados na Ásia-Pacífico
Na região Ásia-Pacífico, os mercados apresentaram uma recuperação generalizada após a pressão vendedora observada na segunda-feira, quando as criptomoedas lideraram as perdas entre os ativos de maior risco em âmbito global. Os títulos governamentais japoneses tiveram alta após um leilão de títulos de 10 anos, o qual despertou forte procura.
Na Coreia do Sul, as ações das montadoras subiram após declaração de que as tarifas americanas reduzidas para 15% sobre os veículos sul-coreanos serão aplicadas retroativamente a partir de 1º de novembro, conforme confirmação do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Índices principais da Ásia-Pacífico
– Shanghai SE (China): -0,42%
– Nikkei (Japão): 0,00%
– Hang Seng Index (Hong Kong): +0,19%
– Nifty 50 (Índia): -0,55%
– ASX 200 (Austrália): +0,17%
Movimentação dos mercados europeus
Na Europa, os mercados apresentam desempenho misto, com poucas oscilações significativas, enquanto os mercados locais têm dificuldades para ganhar força neste início de dezembro.
O Banco da Inglaterra não confirmou cortes na taxa de juros para dezembro, mas economistas acreditam que essa medida será adotada devido à desaceleração da inflação, reforçada pelas recentes ações do Orçamento de Outono, além dos sinais de crescimento econômico baixo e indicadores negativos no mercado de trabalho.
No âmbito corporativo, a empresa alemã Bayer conseguiu apoio do governo Trump para tentar conter processos nos EUA relacionados ao herbicida Roundup. Esse produto tem sido alvo de milhares de ações judiciais que alegam riscos à saúde, incluindo câncer, e que já resultaram em indenizações bilionárias.
Principais índices europeus
– STOXX 600: -0,13%
– DAX (Alemanha): +0,10%
– FTSE 100 (Reino Unido): -0,01%
– CAC 40 (França): -0,15%
– FTSE MIB (Itália): +0,12%
Commodities e criptomoedas
Os valores do petróleo registram alta, enquanto investidores avaliam os riscos advindos de ataques com drones ucranianos contra infraestruturas energéticas russas, as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, além de expectativas variadas quanto aos estoques de combustíveis norte-americanos.
Na China, o preço do minério de ferro aumentou, puxado pela demanda por infraestrutura e pelo consumo estável de aço, apesar dos sinais recentes de desaceleração econômica no país.
Preços de commodities (variação)
– Petróleo WTI: alta de 0,12%, cotado a US$ 59,39 por barril
– Petróleo Brent: alta de 0,06%, cotado a US$ 63,21 por barril
– Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian: alta de 0,50%, cotado a 800,50 iuanes (US$ 113,50)
Bitcoin
– Bitcoin (BTC): valorização de 1,43%, cotado a US$ 86.633,32 nas últimas 24 horas.
(Com informações da Reuters e Bloomberg)



