Mercados hoje: o que esperar da “super quarta” com decisões do Copom e do Fed

Os investidores estão atentos buscando sinais sobre as próximas direções das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.

Hoje é a chamada “super quarta”, quando duas importantes decisões de política monetária movimentam os mercados globais. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, deve anunciar às 15h a sua decisão sobre os juros, com grande consenso entre analistas apostando em um corte de 0,25 ponto percentual. A questão que permanece é como será o comportamento do Fed em 2026, especialmente em relação à continuidade e ao número de cortes que poderão ocorrer, informando o sentimento dos investidores neste final de ano. Assim, o destino do mercado de Natal está, em grande parte, vinculado ao que será comunicado pelo banco central americano.

Já no Brasil, o Banco Central também decide hoje a trajetória da taxa Selic. A maioria dos especialistas acredita na manutenção da taxa em 15% ao ano, mas o comunicado será analisado minuciosamente em busca de qualquer indício sobre início de um possível corte nos juros. Toda essa expectativa mantém a ansiedade presente no mercado.

Mercados internacionais em espera

Durante a madrugada e início da manhã, os futuros do mercado acionário dos EUA mostram um cenário cauteloso: por volta das 7h10, o contrato futuro do S&P 500 exibia algo próximo de alta de 0,11%, com o Nasdaq futuro avançando em torno de 0,09%. Na Europa, o índice Stoxx 600 operava em leve declínio, cerca de 0,11% negativo. Enquanto isso, na Ásia, a cautela também predominou, com o Nikkei de Tóquio caindo 0,10%, enquanto o Hong Kong Hang Seng avançou 0,42%, refletindo as expectativas relativas às decisões do Fed e às divulgações econômicas nos Estados Unidos e na China.

O índice dólar (DXY) recuava 0,08%, aos 99,16 pontos, sustentado pelas apostas em cortes de juros americanos. O petróleo tipo Brent apresentava alta de 0,29%, cotado a US$ 62,12 o barril. Já a taxa do título americano de 10 anos (Treasury) subia levemente para 4,18% ao ano.

Pontos-chave do dia

O mercado está muito focado na decisão do Fed, amplamente esperada para corte de 0,25 ponto percentual. Caso a redução confirmada se mantenha dentro das expectativas, isso tende a dar estímulo aos mercados globais e aliviar a pressão sobre os ativos mais arriscados, inclusive os de mercados emergentes, como o brasileiro.

Além do anúncio da taxa, o Fed deverá divulgar o “dot plot”, que reúne as projeções dos membros do banco sobre os juros futuros, apresentando qual é o consenso em relação aos próximos cortes. Também está prevista a coletiva do presidente Jerome Powell, que deve ser observada cuidadosamente pois seus comentários poderão influenciar profundamente o mercado, sobretudo em relação às perspectivas para 2026.

No Brasil, o câmbio e os juros locais poderão reagir com maior volatilidade dependendo da repercussão dos sinais emitidos pelo Fed sobre o ciclo de juros, especialmente sobre a continuidade das reduções. Se o presidente americano reforçar a visão de mais cortes, o apetite por ativos mais agressivos pode aumentar, beneficiando ativos brasileiros.

Panorama internacional e nacional

A ferramenta CME FedWatch indica aproximadamente 90% de probabilidade de que o Fed realize o corte de 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira.

Por aqui, no mercado brasileiro de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), observa-se uma estagnação no número de investidores desde 2023, influência de concorrência exercida pelas contas internacionais que possibilitam aplicações diretas no exterior. Segundo o Relatório Anual de BDRs da B3, o total de investidores caiu de 1,1 milhão há dois anos para cerca de 996 mil atualmente.

Atualizações corporativas

Um desdobramento importante ocorre no setor frigorífico, com o fim próximo da venda de dezenas de unidades da Marfrig para a concorrente Minerva Foods, operação anunciada há mais de dois anos e avaliada à época em R$ 7,5 bilhões. Um dos passos exigidos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é a realização de leilão da planta localizada em Pirenópolis (GO), o que deve ocorrer até o final do primeiro semestre de 2026.

Agenda econômica do dia

09h00: Divulgação do IPCA de novembro pelo IBGE, com expectativa de inflação de 0,2%, importante para a avaliação do Copom antes da decisão sobre juros.

16h00: Anúncio da decisão de política monetária do Fed, com expectativa de redução de 0,25 ponto percentual.

16h30: Coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, onde investidores e analistas buscam indicativos sobre o rumo do banco central americano em 2026.

18h30: Divulgação da decisão de política monetária do Banco Central do Brasil. A expectativa é que a Selic permaneça em 15% ao ano, mas o comunicado poderá dar indícios de um início do ciclo de redução de juros.

Desejamos uma ótima super quarta e boas negociações!

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