Criptomoedas Alternativas Perdem US$ 200 Bi Com Saída De Investidores

Criptomoedas Alternativas Perdem US$ 200 Bi Com Saída De Investidores

Criptomoedas alternativas perdem US$ 200 bilhões com saída de investidores de varejo

Os tokens considerados mais voláteis dentro do mercado de criptomoedas têm sofrido quedas significativas, especialmente aqueles com menor capitalização, diante da deserção de investidores de varejo que enfrentam prejuízos e um sentimento crescente de manipulação do mercado.

Desde o início de outubro, as criptomoedas fora do ecossistema do bitcoin foram as mais penalizadas. Um índice da MarketVector, que monitora 50 tokens de média e microcapitalização, acumulou uma queda próxima a 70% em 2025, atingindo o nível mais baixo desde o começo de 2020. Desde seu ápice, as altcoins perderam US$ 200 bilhões em valor de mercado.

Aquela onda de especuladores individuais que alimentava a valorização de moedas diversas — incluindo tokens com temáticas como as associadas a Donald Trump ou os famosos tokens caninos — não se mantém mais.

Historicamente, as altcoins tendiam a subir junto com o bitcoin e depois sofrer correções. Porém neste ano, elas perderam boa parte do movimento de alta, e com o movimento de baixa aceleraram as quedas. Tokens que já gozaram de popularidade, como o dogecoin, registraram perdas superiores a 50% desde o pico registrado em setembro.

Fatores por trás da queda das altcoins

Uma das razões para esse movimento é a ampliação das alternativas para que investidores de varejo apliquem seus recursos. Novos mercados envolvendo opções de curtíssimo prazo, ações tecnológicas especulativas, ETFs alavancados e plataformas de previsão de mercado oferecem potencial para ganhos mais rápidos e uma dinâmica menos turbulenta. Isso, aliado à existência de milhares de criptomoedas menores — que variam desde tokens humorísticos a projetos pouco desenvolvidos — levanta dúvidas sobre até onde vai essa eliminação natural do mercado.

Durante anos, a dinâmica dos chamados memes funcionava por meio da especulação baseada na teoria do “maior tolo”, em que investidores compravam tokens esperando que outros investidores pagassem preços ainda maiores. Esse mecanismo, porém, entrou em colapso. Atualmente, os investidores avaliam as criptomoedas de maneira mais criteriosa, considerando métricas reais como número de usuários, receita gerada ou a existência de um produto funcional por trás do token.

Segundo Shuyao Kong, que trabalha em uma nova plataforma blockchain chamada Megaeth, muitos tokens foram valorizados por ciclos de mercado e não por avanços concretos, e essa fase está chegando ao fim. Hoje, o mercado cripto é influenciado por uma mistura de operadores cypherpunks, instituições financeiras tradicionais, investidores de Wall Street e questões políticas, fazendo com que não haja mais uma narrativa única para direcionar o mercado.

O cenário das altcoins e suas implicações

As altcoins se encontram na margem do mercado de criptomoedas, compostas por uma combinação de memecoins, projetos de finanças descentralizadas (DeFi) e tokens de governança que oferecem aos detentores influência nos rumos dos projetos. A grande maioria desses ativos é negociada em mercados pouco líquidos, seu preço é amplamente impactado por movimentos nas redes sociais, operações de day traders alavancados e a expectativa por valorização expressiva num curto espaço de tempo.

Esse modelo sobe rapidamente com a entrada de capital e desaba na mesma velocidade quando os recursos saem. Inclusive, muitos tokens de governança, que possuem fundamentos econômicos mais alinhados, também sofreram desvalorizações, evidenciando um esgotamento do interesse do investidor de varejo.

Essa mudança pode ser atribuída, em parte, ao fato que muitos dos instrumentos financeiros disponíveis hoje para especular apresentam maior segurança ou facilidade de compreensão. Fundos de ações com elevado grau de alavancagem e contratos de opções já se tornaram mais comuns entre investidores.

No universo das blockchains, há uma nova geração de produtos que replicam ações de empresas consolidadas — sendo basicamente versões digitais de contratos futuros de ações — permitindo que especuladores operem apostando em companhias como Apple, Nvidia ou Tesla a qualquer hora do dia, todos os dias da semana. Apesar desses produtos ainda representarem um mercado pequeno, indicam uma direção para onde as estratégias especulativas estão migrando.

Além disso, os volumes diários negociados em derivativos de criptomoedas de pequena e média capitalização na plataforma Hyperliquid, especializada em futuros perpétuos, caíram acentuadamente após o colapso de outubro. Em contrapartida, o mercado de previsão da Polymarket tem registrado níveis históricos de atividade.

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