Mercados hoje: tensão geopolítica e volatilidade eleitoral impactam os negócios
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um bloqueio total que afeta os navios petroleiros da Venezuela, um movimento que elevou significativamente os preços do petróleo e acirrou o cenário geopolítico, influenciando o ambiente dos mercados globais.
Na manhã desta quarta-feira, 17 de dezembro, os investidores continuam processando os dados robustos de emprego divulgados na terça-feira nos Estados Unidos, além de analisarem as recentes indicações da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro, em busca de sinais sobre o início dos cortes na taxa Selic. No Brasil, a volatilidade eleitoral voltou a se manifestar nos mercados após a publicação de uma pesquisa que simula a disputa presidencial prevista para outubro de 2026, causando maior cautela entre os agentes econômicos.
Desempenho dos mercados internacionais e indicadores
As bolsas americanas futuras abriram em alta, refletindo otimismo contido diante dos dados contraditórios de emprego, que suscitam mais dúvidas do que certezas sobre a direção da política monetária nos EUA. Por volta das 7h20, o S&P 500 futuro registrou avanço de 0,31%, enquanto o Nasdaq futuro teve elevação de 0,33%.
Na Europa, o índice Stoxx 600 subiu 0,40%, impulsionado pelas expectativas acerca da próxima decisão do Banco da Inglaterra (BoE), que deve anunciar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros.
Na Ásia, as bolsas também mostraram reação positiva: o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, encerrou com alta de 0,26% e o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,92%, influenciados pelos dados globais de emprego e energia.
O índice dólar (DXY) apresentou aumento de 0,42%, atingindo 98,56 pontos. No mercado de commodities, o petróleo Brent recuperou valor, saltando 2,39% e ultrapassando os US$ 60, retomando o nível que havia perdido nos últimos dias. Já os juros da Treasury de 10 anos tiveram leve alta, situando-se em 4,17% ao ano.
Principais pontos que movimentam o mercado
A tensão eleitoral no Brasil começa a se intensificar com a aproximação da definição dos candidatos à Presidência, o que tem causado maior volatilidade nos mercados locais. Na última terça-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 2,4%, aos 158.578 pontos, influenciado pela divulgação da pesquisa eleitoral que indicou liderança do atual governo sobre a oposição.
A ata do Copom divulgada também contribuiu para o clima de cautela. O Banco Central expressou uma visão mais positiva sobre o controle da inflação, mas ainda não sinalizou claramente o início de reduções na taxa Selic, o que mantém os investidores atentos e cautelosos.
Nos Estados Unidos, o relatório do mercado de trabalho de novembro apresentou números contrastantes: foram criadas 64 mil vagas, superando as expectativas, porém a taxa de desemprego subiu para 4,6%, o patamar mais alto dos últimos quatro anos, gerando incertezas sobre o ciclo de ajustes dos juros pelo Federal Reserve.
Esses dados geraram uma interpretação ambígua nos mercados, mantendo a volatilidade e a prudência especialmente em títulos públicos e ações do setor de tecnologia.
Contexto geopolítico e questões energéticas
Na terça-feira, o bloqueio imposto pelo governo Trump a navios petroleiros venezuelanos intensificou o risco na oferta de energia, impulsionando a alta do petróleo e evidenciando como fatores geopolíticos podem impactar diretamente os preços globais.
Panorama no Brasil
O índice Ibovespa recuou 2,42%, refletindo a postura firme do Copom que descartou a possibilidade de iniciar cortes na Selic em janeiro, somado à preocupação dos investidores com os resultados do levantamento eleitoral, que mostram a oposição distante do governo.
Além disso, a bolsa brasileira está avançando no desenvolvimento de uma stablecoin própria para impulsionar o mercado de ativos tokenizados, visando oferecer maior liquidez ao longo da semana.
Na área fiscal, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que reduz em 10% os benefícios fiscais em diversos setores, incluindo aumento de tributação sobre apostas e fintechs. Agora, o projeto segue para apreciação do Senado.
Notícias corporativas
O Governo paulista busca o encerramento antecipado da concessão da Enel após dificuldades no fornecimento, o que pode alterar o cenário regulatório do setor elétrico.
Regulamentações sobre benefícios de alimentação e refeição estão passando por mudanças que podem modificar a competitividade e as taxas desse segmento.
O Superior Tribunal de Justiça confirmou o término da patente do medicamento Ozempic, com previsão para março de 2026, abrindo caminho para laboratórios nacionais como Hypera, EMS e Cimed competirem no mercado de genéricos, potencialmente movimentando até R$ 10 bilhões.
Agenda econômica do dia
Ao longo desta quarta-feira, diversos eventos econômicos estão agendados para influenciar os mercados:
8h30 – divulgação da inflação ao produtor no Brasil, indicador que poderá impactar as expectativas para a taxa de juros local e a inflação;
10h30 – divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA referente a novembro, dado fundamental para decisões sobre juros e dólar;
14h – reunião do Banco da Inglaterra com expectativa de anunciamento do corte na taxa básica de juros e direcionamentos sobre a política monetária futura.
Desejamos uma excelente quarta-feira e ótimos negócios!



