Trump Culpando Biden e Imigrantes em Discurso Controverso

Trump Culpando Biden e Imigrantes em Discurso Controverso

Trump critica imigrantes e responsabiliza Biden em discurso marcado por queda na aprovação

Em um discurso realizado na noite de quarta-feira (17), na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou suas conquistas e atribuiu a seu predecessor democrata a responsabilidade pelo aumento nos preços ao consumidor. Seu pronunciamento ocorre em um momento em que seu partido se prepara para as eleições de meio de mandato no próximo ano.

Durante menos de 20 minutos, em um ritmo rápido, Trump afirmou que herdou uma situação problemática há onze meses e que está trabalhando para resolvê-la. Apesar de frequentemente reclamar por não receber reconhecimento por seus feitos, o presidente republicano apresentou poucas propostas novas para enfrentar a elevação do custo de vida. No tom do discurso, prevaleceu um sentimento de reclamação, com críticas a questões como migração, violência e direitos de pessoas transgêneros, realizadas na sala de recepção diplomática da Casa Branca, decorada com enfeites natalinos.

Ele responsabilizou o ex-presidente Joe Biden pelos acordos comerciais anteriores, pelos imigrantes e pelo que considerou um sistema corrompido. Por outro lado, Trump celebrou as ações de seu governo ao longo do ano, destacando a diminuição das travessias ilegais na fronteira e a redução de preços de alguns produtos, ao mesmo tempo que anunciou que o país estará mais forte no próximo ano.

Entre os poucos anúncios feitos, Trump informou que seu governo enviará um ‘dividendo guerreiro’ no valor de US$ 1.776 para 1,45 milhão de integrantes das forças armadas na semana seguinte. Além disso, ele defendeu uma proposta republicana que visa distribuir recursos diretamente à população como compensação pelos custos dos seguros de saúde, em vez de oferecer subsídios via Affordable Care Act, embora essa medida ainda não tenha apoio suficiente no Congresso.

“Quero que o dinheiro vá direto para as pessoas, para que possam adquirir seu próprio plano de saúde. As únicas prejudicadas serão as seguradoras”, declarou Trump.

Curiosamente, o presidente reservou pouco tempo para tratar de política externa, um tema que dominou seu retorno ao cargo no primeiro ano. Ele apenas fez uma breve menção ao conflito em Gaza, sem citar as guerras na Ucrânia ou o embate iminente com a Venezuela.

Baixa aprovação de Trump na área econômica

O discurso ofereceu a chance para Trump enfrentar as inquietações da população sobre a economia acessível, uma questão que ele constantemente desacredita como uma estratégia dos democratas. Embora tenha culpado Biden, reconheceu que os preços permanecem elevados, mas declarou que o país está preparado para um crescimento econômico significativo.

“Estou reduzindo esses preços altos rapidamente”, afirmou o presidente.

Trump garantiu que a situação melhorará no ano seguinte, citando suas políticas fiscais, tarifas e planos para substituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Esse panorama é positivo para os republicanos que buscam manter o controle do Congresso nas eleições de novembro do próximo ano. Com quase um ano de antecedência, os democratas já destacam as preocupações econômicas e as diferenças em torno da política de saúde pública.

Baseando sua campanha eleitoral principalmente na economia, Trump aproveitou a alta inflação sob a administração de Biden para derrotar a ex-vice-presidente Kamala Harris na última disputa presidencial.

Porém, enquanto suas políticas tarifárias geraram incertezas e fizeram os preços subirem, Trump e também seu antecessor Biden têm se empenhado para convencer os americanos de que a economia está sólida.

Uma pesquisa realizada pela Reuters/Ipsos na terça-feira indicou que somente 33% dos adultos nos Estados Unidos aprovam a atuação de Trump na economia.

Após o discurso, os democratas criticaram Trump por apresentar poucas soluções reais para os problemas enfrentados pelos cidadãos americanos. O senador Mark Warner, da Virgínia, qualificou o pronunciamento como “uma lamentável distração”, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que pode ser candidato presidencial em 2028, publicou repetidamente nas redes sociais a palavra “eu” em referência ao líder republicano.

Durante o discurso, Trump afirmou que o país atraiu US$ 18 trilhões em investimentos destinados a criar empregos e abrir fábricas, creditando suas políticas tarifárias como fundamentais para a recuperação. “Há um ano, nosso país estava estagnado… Agora somos a nação mais dinâmica do mundo”, declarou.

O pronunciamento ocorreu um dia antes da divulgação dos dados mais recentes sobre a inflação. Apesar de ter atingido o mínimo de 2,3% em quatro anos em abril, três meses após o início do segundo mandato de Trump, a inflação anual tem apresentado alta desde então.

Em termos gerais, dados recentes do governo mostram que a economia apresentou uma leve recuperação após ter se contraído nos primeiros meses do ano. No entanto, também indicam que o ritmo de crescimento do emprego diminuiu nesse segundo mandato, que o desemprego atingiu o maior nível em quatro anos e que os preços ao consumidor permanecem elevados.

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