Flor do Natal não é uma flor verdadeira e possui toxicidade
Popularmente chamada de poinsétia ou bico-de-papagaio, esta planta está relacionada à mandioca, sendo parente próxima. A ingestão da planta pode provocar reações alérgicas e desconfortos gastrointestinais tanto em humanos quanto em animais domésticos.
A poinsétia, amplamente utilizada como símbolo natalino no Brasil, é frequentemente vista em vitrines, mesas e na decoração do lar. No entanto, apesar do nome “flor do Natal” e sua aparência, ela não é realmente uma flor, pois a intensa cor vermelha provém de brácteas — folhas modificadas — e não de pétalas.
Além disso, essa planta secreta um látex tóxico que pode desencadear alergias nas pessoas e ser nocivo a animais de estimação, exigindo cuidados especiais tanto ao manusear quanto ao escolher o local para sua colocação.
Para alcançar sua típica coloração, é necessário um controle adequado da exposição à luz, pois o vermelho vibrante é uma adaptação aos dias mais curtos do inverno no hemisfério norte, região de origem da espécie.
Características botânicas da poinsétia
A poinsétia integra a família Euphorbiaceae, a mesma da mandioca e da seringueira. A bióloga Tays Izydoro, do Jardim Botânico de São Paulo, ressalta que as plantas desse grupo apresentam inflorescências — aglomerados de pequenas flores pouco perceptíveis — e não flores convencionais.
Esse tipo de estrutura também pode ser observado em plantas como o morango. As brácteas vermelhas que circundam essas inflorescências têm como função protegê-las. Quando as pequenas flores caem, as brácteas também desaparecem, conforme explica o biólogo Marcus Nadruz, coordenador das coleções vivas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O tom avermelhado só surge se a planta ficar em locais com sombra, pois esta característica está ligada ao seu habitat natural no México, onde o Natal coincide com o inverno e dias de menor duração.
Além do vermelho, a poinsétia pode apresentar tonalidades verdes e brancas, conforme afirma Nadruz.
Toxicidade da planta
Apesar da aparência atraente, a poinsétia produz um látex leitoso que é tóxico. A ingestão dessa substância pode provocar sintomas alérgicos, como inchaço na boca e língua, além do risco de obstrução da garganta.
Contatos com o látex podem causar irritação e coceira na pele em pessoas mais sensíveis, por isso recomenda-se o uso de luvas ao manusear a planta para evitar o contato direto.
Nos animais de estimação, a ingestão também pode ser prejudicial, gerando irritação oral, vômitos, salivação excessiva e diarreia, alerta a bióloga do Jardim Botânico de São Paulo.
Origem do nome e associação com o Natal
De acordo com Marcus Nadruz, os mexicanos começaram a usar a poinsétia nas decorações natalinas pela sua cor vermelha, que simboliza para os cristãos o sangue de Jesus.
Tays Izydoro destaca que a planta ganhou popularidade nos Estados Unidos, sendo associada ao Natal justamente porque sua coloração mais intensa ocorre no inverno, época em que os dias são mais curtos por lá.
O nome popular “poinsétia” é uma homenagem a Joel Roberts Poinsett, o primeiro embaixador dos EUA no México, responsável por introduzir a espécie nos Estados Unidos.
Seu nome científico é Euphorbia pulcherrima, que significa “a mais bela Euphorbia” em latim.
Cuidados para manter a poinsétia em casa
Quem desejar manter a poinsétia como parte da decoração natalina e prolongar sua vida útil deve observar algumas recomendações:
- Deixe a planta em local sombreado até que atinja a coloração vermelha desejada.
- Após atingir a cor intensa, pode ser transferida para ambientes mais claros, porém sem exposição direta à luz solar.
- Mantenha o solo sempre com umidade adequada. Para saber o momento certo de regar, basta checar se o substrato ainda está úmido ao toque; se sim, aguarde antes de regar novamente.
- É importante adubar o solo regularmente para garantir a saúde da planta.



