Ibovespa futuro recupera resistência dos 161 mil pontos; dólar futuro registra alta
O Ibovespa futuro para o vencimento de fevereiro (WING26), também conhecido como mini-índice, encerrou as negociações desta sexta-feira (19) com uma leve valorização de 0,20%, alcançando 161.670 pontos.
Segundo a análise técnica realizada pelo BTG Pactual, o direcionamento do mercado ainda está incerto. Para que haja uma tendência favorável de alta, será necessário que o índice ultrapasse de forma consistente o patamar dos 161.000 pontos. Em contrapartida, a perda do suporte localizado nos 159.600 pontos indicaria uma tendência de baixa no curto prazo.
O dólar futuro com vencimento em janeiro apresentou valorização de 0,40%, sendo cotado a R$ 5,559. Conforme a avaliação do BTG, ultrapassar a resistência dos R$ 5,540 é um movimento significativo e revela cautela por parte dos investidores.
Influência do dólar futuro e cenário internacional
O movimento do dólar futuro seguiu a trajetória observada no mercado externo. Por volta das 17h (horário de Brasília), o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis moedas financiadas, entre elas o euro e a libra, subia 0,15%, chegando a 98.581 pontos.
Durante o início da tarde, a valorização do dólar no mercado global exerceu pressão sobre a moeda brasileira, em meio às incertezas acerca da política de juros dos Estados Unidos e ao aumento da taxa de juros no Japão.
O presidente da filial do Federal Reserve (Fed) em Nova York, John Williams, declarou em entrevista à CNBC que não vê necessidade de iniciar um processo de redução dos juros de forma imediata. Ele afirmou não sentir “urgência” para diminuir as taxas, ressaltando que os cortes já realizados “posicionaram muito bem” o banco para controlar a inflação, ao mesmo tempo em que apoiam a desaceleração do mercado de trabalho.
Na semana passada, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) manteve a expectativa e reduziu a taxa básica de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, fixando-a entre 3,50% e 3,75% ao ano. Este foi o terceiro corte consecutivo aplicado pelo Fed.
Próximo do fechamento do mercado, a probabilidade estimada pelo mercado para que o Fed mantenha a taxa de juros estável em janeiro era de 88,9%. No dia anterior, essa chance era de 73,4%, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group. A possibilidade de novo corte de 0,25 ponto percentual caiu de 26,6% para 22,1% no mesmo período.
O Banco do Japão (BoJ) elevou a taxa básica para 2% ao ano, seu nível mais alto desde 1995, e indicou que novos aumentos poderão ocorrer futuramente.
Contexto doméstico e cenário político
No âmbito interno, o desempenho do Ibovespa futuro refletiu as manifestações do ambiente político, com foco nas eleições presidenciais de 2026.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL), destacou que sua prioridade tem sido o Estado paulista e que é natural que o governador de São Paulo seja considerado um possível candidato presidencial. Contudo, ele mencionou que nunca se colocou oficialmente como postulante à Presidência.
Tarcísio continua sendo o nome preferido pelo mercado para a disputa presidencial do próximo ano, mesmo com o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestando apoio ao seu filho, Flávio Bolsonaro (PL), que anunciou sua pré-candidatura no começo deste mês.
Além disso, pesquisa divulgada no período da tarde pela Genial/Quaest mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui a avaliação negativa mais elevada entre os três poderes da República.
De acordo com o levantamento, 38% dos entrevistados avaliaram negativamente o atual comando do Poder Executivo, 34% o avaliaram de forma positiva e 25% deram uma avaliação intermediária. Outros 3% não souberam ou se recusaram a responder.



