Eles criaram um negócio de R$ 400 milhões a partir de um problema
Uma empresa originada no sul de Minas Gerais, há 34 anos, tornou-se uma referência global na exportação de fornos e outros equipamentos para restaurantes.
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Por Isabela Rovaroto – Repórter de Negócios
Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 07h07.
De uma conta de luz alta para um faturamento de R$ 400 milhões
O que começou com a tentativa de reduzir o gasto com energia elétrica em uma padaria da família em Minas Gerais evoluiu para a criação de uma empresa que hoje realiza vendas em mais de 50 países e fatura 400 milhões de reais.
A Prática, fundada pelos irmãos André e Luiz Eduardo Rezende, se consolidou como uma fabricante de equipamentos para o mercado global de food service, com filiais nos Estados Unidos, Alemanha e Chile. A empresa tem previsão de alcançar um faturamento de 480 milhões de reais em 2025.
“Nossa missão é proporcionar uma experiência inédita ao consumidor no Brasil”, destaca André Rezende, um dos fundadores.
Da padaria à indústria: como transformaram um desafio em oportunidade
Nos anos 1980, a necessidade de diminuir os custos elevados de energia elétrica na padaria da família estimulou a criação da Prática em 1991, na cidade de Pouso Alegre, sul de Minas Gerais. O negócio iniciou fabricando prateleiras e, em 1994, passou a produzir fornos.
Em 1999, Luiz Eduardo integrou a empresa, profissionalizando a gestão e organizando a produção. Enquanto André se dedica à estratégia, posicionamento e expansão internacional, Luiz Eduardo fica responsável pela gestão operacional e industrial.
“Gerir um empreendimento familiar é um grande desafio, mas também um privilégio. Conseguimos evitar conflitos ao priorizar o sucesso da empresa sobre interesses pessoais”, afirma André.
A empresa continuou focada em desenvolver equipamentos que consumissem menos energia e aumentassem a produtividade para padarias, cozinhas industriais e restaurantes.
Em resposta ao apagão de 2001, a Prática lançou um forno a gás e depois um forno bi-energético, que permitia reduzir o uso de eletricidade durante horários de pico. Essa inovação ganhou destaque, resultando em parcerias com companhias como CEMIG, Light e CPFL.
Internacionalização e expansão geográfica
A estratégia internacional da empresa teve início em 2003. Em 2015, foi aberta uma filial em Dallas, nos EUA, seguida por operações no Chile em 2023 e, em 2024, na Alemanha.
No Brasil, para fortalecer a proximidade com os clientes, a Prática construiu uma rede de concessionárias em nove cidades, oferecendo suporte técnico e experiências com os equipamentos.
Atualmente, o portfólio da empresa é majoritariamente composto por fornos combinados, fornos turbo para panificação e ultracongeladores com função de aquecimento – uma inovação recente que tem conquistado mercado.
“Nosso objetivo não é apenas vender máquinas, mas oferecer soluções que reduzam custos operacionais e minimizem desperdícios”, ressalta o CEO da companhia.
Estratégia, faturamento e futuros desafios
Com receita de 400 milhões de reais em 2024 e previsão de crescimento de 20% para 2025, a empresa aposta em novos lançamentos, fortalecimento da atuação internacional e ampliação da rede comercial e industrial.
Internamente, a Prática conta com representantes, distribuidores, concessionárias e canais digitais; globalmente, mantêm mais de 40 distribuidores e subsidiárias em três continentes.
O investimento contínuo em desenvolvimento tecnológico e capacitação técnica é fundamental para manter a inovação e a competitividade diante de mercados globais cada vez mais exigentes e concorridos.
A trajetória da empresa, que começou na cozinha da família e alcançou o status de player global, demonstra sua habilidade de adaptação.
O sucesso futuro dependerá da capacidade de crescimento sustentável, sem perder o controle operacional, mantendo a qualidade e a proximidade com os clientes, além de promover a redução de desperdícios.
“Garantir qualidade, oferecer suporte técnico eficiente e adaptar os produtos às necessidades dos diferentes mercados são alguns dos desafios constantes, especialmente diante da demanda por eficiência e sustentabilidade”, destaca Rezende.




