Ibovespa avança 1,46% e retorna aos 160 mil pontos antes do Natal; dólar recua para R$ 5,53
No último pregão antes do Natal, realizado na terça-feira (23), o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa B3, apresentou valorização de 1,46%, fechando em 160.455,83 pontos, recuperando a marca dos 160 mil pontos. Esse movimento positivo confirma o esperado “rali de Natal” no mercado acionário nacional, após semanas de oscilações.
O desempenho da bolsa foi impulsionado por dados locais, em especial a divulgação do IPCA-15 de dezembro, que influenciou o otimismo dos investidores. O indicador mostrou uma inflação de 0,25% no último mês do ano, acumulando 4,41% em 12 meses, resultado alinhado com a meta definida pelo Banco Central.
Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos, destacou que a alta do Ibovespa ocorreu de forma consistente, mesmo com o mercado americano apresentando ganhos menores. Segundo ele, o índice brasileiro superou o pessimismo excessivo provocado pelas incertezas eleitorais recentes, em um cenário de baixa liquidez antes do feriado. Perri ressaltou que o resultado do IPCA-15, apesar de estar conforme o esperado, revelou uma aceleração em comparação a novembro e que a persistência dos núcleos de serviços reforça a previsão de que possíveis reduções na taxa de juros no Brasil só ocorrerão a partir de março.
Na esfera internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 4,3% no terceiro trimestre, superando a estimativa de 3%. Esse desempenho sólido da maior economia global contribuiu para aumentar o apetite por risco nos mercados.
Entretanto, Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, apontou que a informação do PIB americano, apesar de animadora, deve ser vista com cautela devido às dificuldades na coleta e análise provocadas pelo shutdown governamental. Além disso, ela comentou que o dado desafia a expectativa de cortes agressivos na taxa de juros dos EUA, causando volatilidade principalmente em segmentos sensíveis a juros, como ações de empresas menores (small caps), que tiveram alta significativa no pregão anterior.
Comportamento do dólar
Após uma sequência de altas, o dólar comercial encerrou o dia em queda, reflexo dos dados inflacionários positivos e do alívio nas preocupações políticas. A moeda norte-americana recuou 0,95%, sendo cotada a R$ 5,53 no fechamento da terça-feira.
Segundo Paula Zogbi, o controle nos preços pode abrir caminho para reduções antecipadas nas taxas de juros brasileiras, o que beneficiaria os ativos de maior risco no mercado nacional.
Desempenho das bolsas de Nova York
Os ganhos da economia americana afastaram especulações, embora pequenas, sobre uma recessão, o que proporcionou um fechamento positivo nos índices das bolsas de Nova York, ainda que com avanços mais moderados que o Ibovespa. Ao final do pregão, o Dow Jones subiu 0,16%, o S&P 500 avançou 0,46%, e o Nasdaq teve uma alta de 0,57%.
