Schneider Electric Enxerga o Brasil como um Mercado Estratégico e em Crescimento

A Schneider Electric, empresa francesa presente no Brasil há mais de 78 anos, tem ampliado sua atuação no país, apostando em soluções para data centers e aproveitando os recursos locais de forma sustentável. Inicialmente focada em energia derivada de carvão e vapor desde o século XVIII, nos últimos 20 anos a companhia tem investido fortemente em energias renováveis, automação e tecnologias para descarbonização.

Em 2024, seu faturamento global atingiu 38 bilhões de euros, equivalente a cerca de R$ 241,68 bilhões. No Brasil, a Schneider mantém três fábricas, dois centros de distribuição, escritórios administrativos e uma planta dedicada ao desenvolvimento e testes de soluções digitais.

Oportunidades Promissoras no Brasil

Para a Schneider Electric, o Brasil representa um mercado com grande potencial, sobretudo por ser um país com demanda crescente por soluções que unam eficiência de custos e sustentabilidade. O avanço do setor de data centers no território brasileiro, que exige grandes volumes de energia e água, é visto pela companhia como uma oportunidade estratégica para expandir seus negócios.

A companhia atua em múltiplos segmentos no Brasil, incluindo data centers, inteligência artificial, indústria automotiva, provedores de nuvem e setores variados como energia, químicos, alimentos, bebidas e saúde. Seu foco é oferecer infraestrutura que maximize o aproveitamento energético local, começando por consultorias especializadas.

Em 2 de setembro de 2025, após firmar uma parceria com o governo federal para acelerar a agenda de descarbonização, a Forbes Brasil entrevistou o vice-presidente executivo para operações internacionais da Schneider, Manish Pant.

“No Brasil, enxergamos um território repleto de possibilidades. O país é um lugar onde podemos avançar significativamente na implementação das nossas tecnologias”, afirmou Pant.

O acordo público-privado consiste em um Memorando de Entendimento entre o Instituto de Pesquisa e Sustentabilidade da Schneider e a Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O plano elaborado possui três frentes: mapeamento do cenário de descarbonização baseado em experiências anteriores, desenvolvimento de políticas para a indústria sustentável nacional e intercâmbio técnico de especialistas.

Entrevista com Manish Pant

Transformação e Sustentabilidade ao Longo das Últimas Duas Décadas

Segundo Pant, o empenho da empresa na sustentabilidade reflete uma necessidade global. “O que é benéfico para o planeta, também impacta positivamente o aspecto financeiro. Com o crescimento populacional e a demanda por digitalização, infraestrutura e geração de riqueza, enfrentamos as mudanças climáticas, que exigem a adoção da transição verde”.

Ele ressalta que a Schneider se posiciona no centro desta transformação, oferecendo tecnologias capazes de melhorar a qualidade de vida e impulsionar progresso, sintetizado no conceito “life is on”, que integra energia e inteligência.

Desafios e Oportunidades da Schneider no Mercado Brasileiro

Na visão do executivo, o Brasil apresenta mais oportunidades do que desafios, especialmente na transição energética sustentável. “Temos muitas possibilidades para colaborar na descarbonização do país, que possuem uma vasta diversidade de setores, desde agronegócio até mineração”, afirmou Pant, reforçando o entusiasmo da empresa com o potencial local.

Próximos Passos em Sustentabilidade

Sobre planos futuros, Manish destacou a necessidade de acelerar processos relacionados à digitalização, geração de riquezas e infraestrutura. Hoje, apenas 20% da energia consumida no mundo provém da eletricidade, a matriz mais limpa disponível. Estudos indicam que esse percentual deve chegar a 50% até 2050, o que implica em expandir a oferta elétrica de forma sustentável, uma área diretamente ligada ao core business da Schneider Electric.

O Papel do Brasil na América Latina

Além do Brasil, a Schneider possui operações e fábricas em países como Argentina, Colômbia e Chile. No Brasil, os três complexos fabris focam prioritariamente no atendimento ao mercado interno, embora uma parte da produção seja destinada a outras regiões. A empresa considera estar bem posicionada na América Latina e pretende manter essa presença robusta.

Perspectivas para os Próximos Anos

Para o futuro, a Schneider almeja acelerar o fornecimento de tecnologias que promovam transformação digital e energia sustentável no Brasil. A estratégia envolve colaborar com múltiplos parceiros para ampliar o alcance das soluções. Segundo Manish Pant, o país serve como uma vitrine para essas iniciativas, com destaque para o recente acordo com o governo federal que fortalece o compromisso da empresa com a agenda verde.

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