Ajuste Fiscal De R$ 400 Bi É Essencial Para Brasil Controlar Dívida

Ajuste Fiscal De R$ 400 Bi É Essencial Para Brasil Controlar Dívida

Economistas do Itaú indicam necessidade de ajuste fiscal de R$ 400 bilhões no Brasil

De acordo com economistas do Itaú BBA, o Brasil enfrenta a necessidade de realizar um ajuste fiscal equivalente a 4% do PIB, aproximando-se de R$ 400 bilhões, para conter a trajetória preocupante da dívida pública. Mario Mesquita, economista-chefe do braço de investimentos do banco, recomenda que essa correção seja implementada logo no início de 2027.

Pedro Schneider, economista do Itaú BBA, destaca que o desafio fiscal do país permanece significativo e que a manutenção dos gastos elevados, especialmente diante da vigência de créditos tributários, projeta um aumento da dívida bruta para cerca de 85% do PIB em 2026, contra uma estimativa atual de fechamento do ano em 79% do PIB.

Timing para o ajuste fiscal

Mesquita aponta que o momento ideal para enfrentar esse ajuste é ao início do próximo governo, aproveitando o capital político máximo que acompanha uma “lua de mel” com o Congresso Pós-eleições. Ele enfatiza que a magnitude do desafio exige que as medidas sejam feitas de forma veloz, e não gradualmente, para garantir eficiência na recuperação fiscal.

Principais medidas sugeridas

O economista-chefe do Itaú sugere que o ajuste deve envolver a reavaliação dos gastos com benefícios previdenciários, o encerramento da vinculação obrigatória das despesas com saúde e educação à arrecadação, além da redução dos créditos tributários concedidos às empresas. Para Mesquita, esses passos são fundamentais para que o país possa reduzir sua dívida pública e recuperar o grau de investimento.

Segundo ele, alcançar um grau de investimento requer uma relação dívida/PIB significativamente menor, estimada em torno de 60%, considerando que o patamar atual e projetado de 80% é incompatível com essa meta. A contenção rigorosa dos gastos, incluindo os tributários, é apontada como essencial para essa trajetória.

Preocupações com estatais

Schneider reforça a preocupação em relação às estatais, cujo déficit contribui para o desequilíbrio fiscal e independente delas fazerem parte da dívida pública, ainda podem trazer surpresas negativas. Atualmente, o déficit das estatais está projetado em cerca de R$ 10 bilhões, porém, por exemplo, os Correios buscam um empréstimo da ordem de R$ 20 bilhões para restabelecer seu equilíbrio financeiro, o que pode ampliar o rombo fiscal.

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