Alckmin e Tebet viajam ao México em busca de soluções para o tarifaço dos EUA
O vice-presidente e também ministro da Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin (PSB), junto com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), estão em missão oficial ao México nesta semana, entre os dias 27 e 28 de agosto. A visita tem como objetivo fortalecer as relações comerciais entre Brasil e México, especialmente em um momento em que produtos brasileiros têm sido onerados por tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos.
Em decorrência do “tarifaço” americano, que aplicou uma sobretaxa de 50% sobre algumas exportações brasileiras, o governo brasileiro intensifica esforços diplomáticos e comerciais para minimizar seus impactos.
Agenda e negociações no México
Na programação da viagem, está previsto um encontro com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, representante da esquerda política, com quem o presidente Lula já trocou conversas anteriormente. O México é um dos maiores compradores da carne brasileira e vem aumentando a aquisição de outros produtos do Brasil, constituindo um parceiro estratégico.
Além dos representantes governamentais, empresários brasileiros que buscam ampliar as exportações para o mercado mexicano acompanham a comitiva.
O contexto do tarifaço e perspectivas comerciais
O México também é afetado por tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos e tem interesse em diversificar seus parceiros comerciais para evitar riscos futuros. O Brasil mantém um superávit na balança comercial com o México, e a expectativa é ampliar as trocas em setores como biocombustíveis, energia, saúde e agroindústria.
Posicionamento de Alckmin
Na véspera da viagem, em São Paulo, Geraldo Alckmin reforçou o empenho do governo brasileiro para reverter as tarifas punitivas dos EUA. Segundo ele, o esforço permanente é para eliminar essas barreiras rapidamente através do diálogo e negociação, com a possibilidade de ampliar a lista de produtos isentos ou reduzir a alíquota.
Já foram adotadas medidas para excluir da sobretaxa itens derivados do aço e do alumínio, os quais passaram a pagar a mesma tarifa aplicada a outros países, o que beneficia segmentos como o de máquinas, retroescavadeiras e motocicletas, segundo Alckmin.
Além disso, o governo ampliou a linha de crédito do BNDES de R$ 30 bilhões para R$ 40 bilhões, destinada a empresas exportadoras que sofreram com as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Estratégia adotada pelo governo brasileiro
O plano brasileiro combina ações de negociação direta com os Estados Unidos para tentar reduzir os impactos do tarifaço e, simultaneamente, a abertura e fortalecimento de mercados alternativos, principalmente entre países que enfrentam desafios comerciais semelhantes, como é o caso do México.