Ministro Haddad afirma que aporte financeiro aos Correios será inferior a R$ 6 bilhões
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, que o montante que o Tesouro Nacional destinará aos Correios será menor que os R$ 6 bilhões inicialmente mencionados pela estatal para cobrir prejuízos acumulados no ano.
Segundo Haddad, o governo ainda avalia diferentes estratégias para fortalecer a situação financeira da empresa, considerando uma combinação de recursos diretos pelo Tesouro e a concessão de garantias para empréstimos com lastro da União.
“O valor será inferior a essa quantia, pelo que me consta”, afirmou o ministro ao comentar o montante requerido pelos Correios para compensar as perdas registradas de janeiro a setembro de 2025. A declaração ocorreu após encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, na residência oficial da Casa, em Brasília, onde foram debatidas pautas prioritárias antes da votação do Orçamento para 2026.
Plano de reestruturação como condição para liberação dos recursos
Haddad ressaltou que, embora haja espaço fiscal para um possível aporte ainda este ano, nenhuma decisão definitiva foi tomada. “Até haveria essa possibilidade, mas nada está decidido”, destacou, reiterando que o suporte financeiro dependerá necessariamente de avanços em um plano de reestruturação para a empresa.
“Sempre condicionamos qualquer apoio a um plano de mudanças estruturais. Os Correios precisam se transformar e ser reorganizados”, explicou o ministro.
O montante exato a ser liberado ainda está sendo estudado pela equipe econômica, com alternativas que incluem a abertura de crédito extraordinário ou a apresentação de projeto de lei específico ao Congresso, conforme a necessidade e o progresso das negociações com a estatal.
Governo avalia aval para empréstimos entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões
Além da possibilidade de aporte direto, o governo debate a concessão de garantias para que os Correios possam obter empréstimos a juros mais competitivos junto ao mercado financeiro. Essa iniciativa surgiu após o Tesouro Nacional rejeitar anteriormente um pedido da estatal para emissão de empréstimos na ordem de R$ 20 bilhões, considerado um valor elevado e com custos excessivos.
Agora, a proposta é reduzir o valor do empréstimo para um intervalo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Haddad comentou que essa medida ainda pode ser aprovada ainda neste ano, mas há obstáculos decorrentes das negociações com os bancos credores, que ainda não avançaram completamente.
“É uma possibilidade, mas não estamos considerando apenas essa opção devido à negociação com os bancos”, declarou o ministro.
Contexto financeiro dos Correios
A empresa pública enfrenta um prejuízo acumulado superior a R$ 6 bilhões ao longo de 2024, valor que motivou debates entre o governo e a estatal para buscar soluções que assegurem tanto a sustentabilidade fiscal quanto a viabilidade operacional da companhia.
Esses esforços visam promover ajustes e reformas necessárias para garantir a continuidade e o equilíbrio financeiro da entidade.
Com informações da Agência Brasil



