Aposentadoria para a Geração Z e Millennials: Relatos Reais de Investimento Seguro na Previdência
Os millennials (nascidos entre 1980 e 1994) e a geração Z (1995 a 2009) dedicam apenas 12% e 10%, respectivamente, de seus investimentos totais à aposentadoria, aponta pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Embora o planejamento para a aposentadoria seja crucial, 82% dos brasileiros economicamente ativos não realizam reservas para esse fim. A situação é ainda mais preocupante entre os millennials e a geração Z, que mostram baixa adesão à previdência privada. Especialistas ressaltam que foco e disciplina financeira são fundamentais para assegurar tranquilidade financeira futura.
Por que a aposentadoria recebe pouca atenção?
Uma das razões para esse distanciamento é que os brasileiros priorizam outras demandas financeiras, como investir na aquisição da própria casa, que representa 30% dos aportes financeiros, segundo a Anbima. Para a educadora financeira e psicóloga Ana Paula Hormos, apesar da importância de possuir um imóvel, não se pode esquecer de construir uma reserva para a aposentadoria, principalmente porque a Previdência Social tende a proporcionar pouco conforto financeiro na aposentadoria.
Ela destaca que o futuro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é incerto, sendo fundamental que cada pessoa cuide da sua aposentadoria por meio de uma reserva própria.
A empreendedora millennial, Marcela Zaidem, de 37 anos, reconheceu a importância do planejamento após observar a situação de aposentadoria da mãe e o contexto econômico do Brasil.
Como iniciar os investimentos para a aposentadoria?
Para garantir a segurança financeira desejada no futuro, especialistas recomendam um planejamento financeiro baseado na regra 70/20/10, que consiste em destinar 70% da renda para despesas essenciais, 20% para investimentos e 10% para doações. Dessa parcela dedicada a investimentos, pelo menos metade deve ser reservada para a aposentadoria, o que significa investir cerca de 10% do salário nesse objetivo.
No entanto, essa abordagem não é simples de implementar para muitos brasileiros. Dados da Serasa revelam que 48% da população está inadimplente, com dívidas médias superiores à renda mensal, que é de R$ 3.477, segundo o IBGE. Portanto, a população deve quase o dobro do que ganha.
Evandro Mello, CEO da Multiplicando Sonhos, aponta que o primeiro passo para quem está nessa situação, independentemente da geração, é quitar as dívidas antes de começar a poupar, principalmente para quem recebe próximo do salário mínimo. Após a quitação, é recomendada uma economia gradual para a aposentadoria.
Guilherme Ribeiro, estudante da USP de 23 anos, vem adotando essa estratégia há quatro meses. Embora sua renda de estagiário exija o pagamento das despesas básicas como prioridade, ele investe regularmente o que sobra em sua renda, mesmo sem uma quantia fixa mensal.
A planejadora financeira Ana Maria Pimenta enaltece a atitude de Guilherme, ressaltando que mesmo aportes pequenos feitos cedo são valiosos, uma vez que a previdência é um investimento de longo prazo e o tempo favorece o crescimento do saldo.
Como gerenciar gastos para garantir uma aposentadoria confortável?
Para alcançar estabilidade financeira na aposentadoria, controlar os gastos atuais é essencial. Laila Ribeiro, bancária de 26 anos, adotou a postura de evitar compras desnecessárias para poder investir 15% de sua renda em previdência. Embora isso tenha exigido sacrifícios, ela conseguiu estabelecer uma rotina de aportes que não comprometem seu orçamento.
A educadora financeira Ana Paula Hormos recomenda cautela e moderação no consumo, afirmando que a felicidade está vinculada à sensação de bem-estar financeiro, e não ao volume de bens adquiridos. Ela enfatiza que evitar dívidas excessivas é uma forma eficaz de alcançar essa tranquilidade.
Qual é o investimento mais indicado para aposentadoria entre millennials e geração Z?
As estratégias adotadas variam. A geração Z atua de forma independente. Por exemplo, Guilherme Ribeiro investe exclusivamente no título Tesouro Renda+, que é adequado para planejamento de aposentadoria.
Já Laila Ribeiro optou por um fundo de previdência de renda fixa, justificando sua escolha pela proximidade com a área financeira que domina em sua rotina profissional e seu perfil moderado.
Entre os millennials, muitos contam com a orientação de assessores financeiros. Marcela Zaidem e o advogado Danilo Raide, de 33 anos, optaram por fundos de previdência recomendados por seus consultores.
Seja com suporte profissional ou de forma autônoma, é fundamental que millennials e geração Z mantenham aportes regulares ao longo da vida para garantir uma aposentadoria financeira confortável. A principal dificuldade está na manutenção da disciplina e foco, mas a perseverança pode transformar esse objetivo em realidade.



