Apresentadores Mais Bem Pagos Da TV Americana Revelam Altos Rendimentos

Apresentadores Mais Bem Pagos Da TV Americana Revelam Altos Rendimentos

Lista Forbes: Apresentadores da TV Americana com os Maiores Rendimentos

A soma dos salários dos 25 apresentadores mais bem remunerados da televisão dos Estados Unidos chega a US$ 582 milhões, o equivalente a R$ 3,11 bilhões.

O tradicional formato de programas late night, com transmissões geralmente no final do dia e madrugada adentro, enfrenta atualmente um declínio estrutural evidente na televisão linear norte-americana. Durante décadas, esses programas geraram receitas significativas para as emissoras, mas análises recentes indicam que, atualmente, eles não são mais lucrativos.

Em julho, a CBS surpreendeu o mercado ao cancelar o “The Late Show with Stephen Colbert”, reportando prejuízos estimados em US$ 40 milhões (R$ 214 milhões) ao ano. Já as redes ABC e NBC reduziram suas programações para quatro dias semanais, mesmo contra a vontade dos próprios apresentadores. Jimmy Fallon, do “The Tonight Show”, por exemplo, revelou à Forbes seu descontentamento com a redução, afirmando que deseja continuar apresentando cinco vezes por semana, pois ama seu trabalho.

Apesar desse cenário, os salários permanecem elevados. Fallon e Jimmy Kimmel recebem cerca de US$ 16 milhões cada, enquanto Stephen Colbert ganha aproximadamente US$ 15 milhões anuais. Essa faixa salarial inclui os principais apresentadores e demonstra que, apesar dos desafios, a televisão tradicional ainda movimenta altas somas.

A soma dos rendimentos dos 25 apresentadores mais bem pagos ultrapassa a casa dos US$ 580 milhões, um volume superior ao que muitos atores de séries de sucesso recebem. Contudo, com o possível fim dos programas late night tradicionais, há dúvidas sobre o futuro dessas carreiras, mesmo para formatos emblemáticos como o “The Tonight Show”, que está no ar desde 1954 pela NBC.

Jimmy Fallon expressa um otimismo cauteloso sobre a continuidade desse legado, acreditando que a apresentação deve permanecer nas mãos de humanos capazes de interagir autenticamente, e não de robôs.

A atual geração de apresentadores é provavelmente a última a garantir salários tão altos, pois, nas negociações de renovação, os agentes enfrentam pressão para reduzir valores, e é comum que os contratos sejam mantidos apenas no mesmo patamar anterior. Muitas vezes, para manter os ganhos, os talentos precisam aceitar projetos paralelos dentro das emissoras, como apresentados por Fallon e Kimmel, que também comandam game shows.

No universo dos chefs famosos, o cenário é semelhante, porém com características próprias. Guy Fieri, Bobby Flay e Gordon Ramsay administram amplos portfólios de programas e firmaram contratos de produção que se assemelham àqueles de roteiristas, com participação no faturamento e garantias anuais — um modelo que se tornou padrão em canais como o Food Network.

Esses acordos, embora em geral sigilosos, às vezes vêm à tona, como o de Fieri, que assinou em 2023 um contrato de três anos no valor de US$ 100 milhões (R$ 535 milhões). Isso gerou um efeito dominó, com Flay e Ramsay buscando valores semelhantes. Entretanto, salários tão altos enfrentam críticas especialmente quando as emissoras anunciam cortes de funcionários. Em março, a Disney demitiu cerca de 200 colaboradores em setores da ABC News e Disney Entertainment Networks, poucos meses após renovar por US$ 17 milhões anuais o contrato de George Stephanopoulos, do programa “Good Morning America”.

Salários elevados também no esporte

O segmento esportivo é um dos poucos em que os salários cresceram recentemente, com novos talentos assumindo posições de destaque. Oito dos 25 apresentadores mais bem pagos são comentaristas ou apresentadores esportivos. Tom Brady, sete vezes campeão do Super Bowl, é o maior remunerado, com US$ 37,5 milhões anuais (R$ 200,6 milhões) pela Fox.

No passado, era impensável que comentaristas ganhassem mais que os atletas. Entretanto, as emissoras investem bilhões na compra dos direitos das ligas, que são os programas mais assistidos. Assim, pagar salários elevados a estrelas da transmissão é uma estratégia para preservar a qualidade do conteúdo e atrair as melhores competições para a emissora.

Brady, aos 48 anos, foi contratado para elevar o prestígio das transmissões da NFL na Fox, depois que estrelas como Troy Aikman e Joe Buck migraram para a ESPN com contratos igualmente expressivos.

Segundo Neal Zuckerman, do Boston Consulting Group, o esporte se torna cada vez mais um diferencial e, diante do aumento dos custos com direitos, outras áreas e formatos sofrem cortes para manter a lucratividade do negócio.

Mulheres e a mudança do cenário

A lista ainda destaca a presença feminina entre os maiores salários da televisão americana. Judy Sheindlin, Rachel Maddow e Robin Roberts figuram entre as dez mais bem pagas, enquanto Savannah Guthrie e Kelly Ripa aparecem entre as quinze primeiras.

No entanto, o modelo de remuneração elevado deve mudar em breve. As plataformas de streaming, que estão ganhando espaço, não oferecem contratos tão elevados quanto os da TV tradicional. Serviços como YouTube dividem a receita publicitária com criadores, promovendo que estes apostem na própria marca. Quando bem-sucedidos, adquiriram maior poder de negociação, como é o caso de Pat McAfee, que detém os direitos e controle editorial de seu programa enquanto licencia sua transmissão para a ESPN. Essa tendência deve se expandir nos próximos anos.

Os apresentadores mais bem remunerados da TV norte-americana

1. Tom Brady – US$ 37,5 milhões (R$ 200,6 milhões)

Ex-quarterback e comentarista da Fox, Brady recebe parte de sua remuneração em ações da empresa, o que dificulta a mensuração exata do contrato. Além da narração, atua como embaixador da emissora em eventos diversos.

2. Bobby Flay – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)

Renovou seu contrato para igualar os ganhos a Guy Fieri, envolvendo cachês, participação em produtos e restaurantes, além dos programas culinários. Para manter esse valor, o chef precisa manter agenda cheia com diversas produções em andamento.

2. Gordon Ramsay – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)

Detentor de oito estrelas Michelin, Ramsay comanda programas populares como Hell’s Kitchen e MasterChef. Reúne 40 milhões de seguidores no TikTok, plataforma onde ganhou ainda mais audiência durante a pandemia.

2. Guy Fieri – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)

Conhecido como “prefeito de Flavortown”, Fieri assinou em 2023 um contrato de três anos no valor de US$ 100 milhões. É a principal estrela do Food Network e tem um portfólio extenso de programas desde 2007.

5. John Oliver – US$ 30 milhões (R$ 160,5 milhões)

Apresentador do “Last Week Tonight” na HBO, programa que conquistou 30 Emmys em 10 anos. Seu contrato é quase o dobro dos colegas do late night em emissoras abertas. Tentativa de exclusividade dos clipes no YouTube foi revertida na 12ª temporada.

6. Ryan Seacrest – US$ 29 milhões (R$ 155 milhões)

Assumiu em 2024 o “Wheel of Fortune”, além de manter “American Idol”, o especial de Ano-Novo da ABC e programa de rádio diário que rende mais de US$ 10 milhões.

7. Judy Sheindlin – US$ 28 milhões (R$ 149,8 milhões)

Ex-juíza com programa homônimo e direitos do catálogo vendidos à CBS. Agora conduz atrações no streaming Amazon e distribuição em emissoras locais, mantendo alto patamar salarial.

8. Michael Strahan – US$ 26 milhões (R$ 139 milhões)

Ex-atleta que hoje tem contratos na Fox e ABC e é empresário com sua própria marca. Atua em programas e eventos variados.

9. Rachel Maddow – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)

Reduziu salário em renovação de contrato, porém mantém o principal rosto da MSNBC, além de podcasts e livros de sucesso.

9. Robin Roberts – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)

Coapresentadora do “Good Morning America” por duas décadas e peça fundamental para a liderança do programa, incluindo especiais em horário nobre.

9. Sean Hannity – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)

Veterano da Fox News, tem programa de rádio amplamente divulgado que representa sua maior fonte de renda.

12. Savannah Guthrie – US$ 24 milhões (R$ 128,4 milhões)

Destaque político e apresentadora do “Today”, ganhou aumento após confrontos em debates e mantém especializações festivas televisivas.

13. Kelly Ripa – US$ 22 milhões (R$ 117,7 milhões)

Há décadas à frente de programas matinais, atualmente divide apresentação com o marido em programas para ESPN, além do tradicional “Live!”

14. Charles Barkley – US$ 21 milhões (R$ 112,3 milhões)

Após renovação de contrato e mudança de emissora, Barkley mantém presença em programas ligados à NBA e colabora com colegas renomados.

15. Pat McAfee – US$ 20 milhões (R$ 107 milhões)

Ex-jogador de futebol americano que licencia seu programa para a ESPN, mantém controle editorial e já foi comentarista de luta livre.

15. Stephen A. Smith – US$ 20 milhões (R$ 107 milhões)

Apresentador de programa esportivo com contrato recorde na ESPN, passará a dedicar tempo a projetos paralelos, incluindo podcasts.

17. Anderson Cooper – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)

Figurinha da CNN com programas diários e semanais, veterano do jornalismo televisivo americano.

17. Tony Romo – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)

Ex-quarterback com contrato milionário de 10 anos na CBS como analista esportivo, enfrenta entrada de novos comentaristas.

17. Troy Aikman – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)

Lenda do Dallas Cowboys, foi contratado pela ESPN em contrato superior ao de Romo para formar equipe de transmissões de alto nível.

20. George Stephanopoulos – US$ 17 milhões (R$ 91 milhões)

Apesar de ter enfrentado processo por difamação, teve contrato renovado com a ABC, incluindo programas no Hulu e especiais em horário nobre.

20. Steve Harvey – US$ 17 milhões (R$ 91 milhões)

Apresentador de longa data do “Family Feud” e suas versões, também conta com um programa de rádio de grande audiência nacional.

22. Jimmy Fallon – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)

Conduz “The Tonight Show”, adaptado para o digital, e também apresenta game shows e reality shows para a NBC.

22. Jimmy Kimmel – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)

Apresenta o “Jimmy Kimmel Live!” desde 2003, planeja aposentadoria para após o fim do contrato em 2026 e também apresenta versões especiais de programas de quiz e atua como dublador.

22. Joe Buck – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)

Narrador esportivo que migrou para a ESPN, é o mais bem pago da história da narração esportiva e atua principalmente na NFL.

25. Stephen Colbert – US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões)

Apresentador do “The Late Show”, favorito ao Emmy, com contrato vigente até maio do próximo ano, tem aula audiência crescente após anúncio do fim do programa.

Fonte

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