Atividade Industrial Da Zona Do Euro Cresce Puxada Pela Espanha

Atividade Industrial Da Zona Do Euro Cresce Puxada Pela Espanha

Atividade industrial da zona do euro registra crescimento impulsionado pela Espanha

A produção industrial na zona do euro aumentou em agosto pela primeira vez desde meados de 2022, motivada por uma demanda interna mais robusta e elevação nos níveis de fabricação, conforme dados divulgados recentemente. A Espanha desempenhou papel fundamental nessa recuperação da indústria europeia.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial na zona do euro, elaborado pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB), subiu para 50,7 pontos em agosto, ante 49,8 em julho, superando a previsão preliminar que indicava 50,5. Este é o índice mais alto em mais de três anos e a primeira vez desde junho de 2022 que supera a linha de 50, que delimita expansão e contração.

Esse avanço indica uma possível reversão na tendência do setor industrial do bloco europeu, após mais de dois anos em retração. Relatos da pesquisa evidenciam que a expansão da demanda doméstica e a recuperação da produção foram os principais motores, fortalecendo a confiança para a atividade futura.

Espanha apresenta crescimento acelerado na manufatura

Em agosto, a manufatura espanhola registrou sua expansão mais intensa em quase um ano, estimulada por fortes aumentos na produção e nos novos pedidos. O PMI da Espanha atingiu 54,3 pontos, contra 51,9 de julho, representando a maior taxa de crescimento desde outubro do ano anterior, quando o índice foi de 54,5.

Segundo Jonas Feldhusen, economista júnior do Hamburg Commercial Bank, os sinais positivos de demanda estão refletidos também nos demais indicadores; fabricantes estão ampliando seus quadros de funcionários para dar conta do aumento da carga de trabalho, enquanto os estoques de produtos acabados diminuem em razão do crescimento das vendas.

O emprego no setor manufatureiro aumentou pelo sexto mês seguido, e a confiança sobre as perspectivas para o futuro também se fortaleceu. A economia espanhola tem superado as demais grandes economias da zona do euro, crescendo 0,7% no segundo trimestre, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de julho. O governo da Espanha projeta aumento econômico de 2,6% para 2025.

Recuperação da indústria alemã

A Alemanha mostrou sinais de resistência em sua indústria no mês de agosto, com o PMI subindo para 49,8 pontos, ante 49,1 em julho, embora tenha ficado levemente abaixo da expectativa preliminar de 49,9. Esse resultado representa o maior índice desde a queda abaixo dos 50 pontos registrada no meio de 2022.

O crescimento foi impulsionado principalmente pelos novos pedidos e pela produção, que avançaram pelo terceiro mês consecutivo. Contudo, as vendas para exportação tiveram ligeira queda, a primeira em cinco meses. Apesar do aumento da produção, o setor continuou a cortar postos de trabalho, acelerando a redução do emprego em relação a julho.

Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, destacou a capacidade do setor em ampliar a produção diante dos desafios crescentes como uma demonstração de sua resiliência. Entre os obstáculos mencionados estão a possibilidade de problemas nas relações comerciais com os Estados Unidos, a crescente competitividade da China e o impacto do fortalecimento do euro na competitividade das empresas alemãs.

Reino Unido enfrenta desaceleração no setor manufatureiro

Enquanto a zona do euro apresenta sinais claros de recuperação, a indústria do Reino Unido sofreu nova retração em agosto após indicativos anteriores de melhora. Os novos pedidos foram afetados por preocupações relacionadas às tensões comerciais externas e pelo aumento de impostos internos.

O PMI do setor manufatureiro britânico, medido pela S&P Global/CIPS, recuou para 47,0 pontos em agosto, contra 48,0 em julho, ficando abaixo da previsão preliminar de 47,3. Esse foi o 11º mês consecutivo com o indicador apontando contração do setor.

Segundo a S&P Global, a demanda enfraquecida, as tarifas comerciais globais e o aumento dos custos para os consumidores, provocados pelo aumento do salário mínimo em abril e pelos maiores impostos sobre empregadores, contribuíram para a queda nas exportações e nos novos pedidos, que recuaram no ritmo mais acelerado dos últimos quatro meses.

Rob Dobson, diretor da S&P Global Market Intelligence, ressaltou que agosto apresentou uma forte queda nos novos pedidos dos fabricantes britânicos, com a demanda total e os pedidos externos diminuindo em alguns dos ritmos mais expressivos dos últimos dois anos. As condições de mercado adversas, tarifas impostas pelos EUA e baixo ânimo dos consumidores explicam esse cenário desfavorável.

Diferentemente da indústria, o setor de serviços britânico, que representa a maior parte da economia do país, registrou aceleração em agosto, conforme o PMI preliminar divulgado anteriormente. O resultado final para o setor de serviços será publicado em breve.

Informações fornecidas pela Reuters.

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