Atuação e Legado da Atriz Diane Keaton, que faleceu aos 79 anos
Diane Keaton, renomada atriz norte-americana vencedora do Oscar, conhecida por seu desempenho carismático e por interpretar a excêntrica e insegura companheira de Woody Allen na comédia romântica “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), faleceu aos 79 anos, conforme divulgado pela revista People neste sábado, 11 de outubro de 2025, com informações de um porta-voz próximo à família.
Até o momento, não foi possível obter declarações oficiais de representantes da atriz.
Keaton, cujo currículo artístico inclui mais de 60 filmes, destacou-se em produções consagradas como a trilogia “O Poderoso Chefão”, o longa “O Clube das Desquitadas” e em oito filmes ao lado do diretor Woody Allen. Seu estilo único, que combinava elementos andróginos, suéteres de gola alta e chapéus icônicos, também marcou sua personalidade pública.
Ao longo de sua carreira, recebeu indicações ao Oscar de melhor atriz por papéis em produções como o drama político “Reds” (1981), no qual interpretou a jornalista Louise Bryant; “As Filhas de Marvin” (1996), onde viveu a tia carinhosa de Leonardo DiCaprio; e a comédia romântica “Alguém Tem que Ceder” (2003), contracenando com Jack Nicholson.
O papel que de fato a eternizou no cenário cinematográfico foi em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, filme que Woody Allen inspirou livremente em sua relação com a atriz. Em entrevista à CBS News, Keaton comentou que a personagem representava “uma versão idealizada” dela mesma.
A atuação nesse filme, aliada à sua performance dramática em “À Procura de Mr. Goodbar”, no qual interpretou uma professora que frequenta bares de solteiros, a projetou na capa da revista “Time” em setembro de 1977. Na ocasião, a Rolling Stone a definiu como a “próxima Katherine Hepburn”.
Quatro décadas mais tarde, Allen homenageou Diane Keaton ao conceder-lhe o prêmio American Film Institute Life Achievement Award, destacando-a como sua musa inspiradora inicial e creditando a ela grande parte de seu sucesso.
Além da atuação, Keaton desempenhou papéis como diretora, roteirista, produtora e fotógrafa, e teve grande interesse em restaurar mansões na Califórnia. Em sua trajetória literária, publicou dois livros de memórias: “Agora e Sempre” (2011), em que revelou sua luta contra a bulimia na juventude, e “Let’s Just Say it Wasn’t Pretty” (2014).
Conhecida também por seus relacionamentos com figuras influentes do cinema, incluindo Woody Allen, Warren Beatty e Al Pacino, Keaton afirmou que cada um desses romances marcou uma década diferente de sua vida, representando fases distintas de seu amadurecimento pessoal e profissional.
Trajetória e Vida Pessoal
Diane Hall, nome de nascimento da atriz, nasceu em Los Angeles em 5 de janeiro de 1946, sendo a filha mais velha dentre quatro irmãos. Para evitar confusão no meio artístico, adotou o sobrenome de solteira da mãe.
Durante a infância, a família mudou-se para o subúrbio de Santa Ana. Após um breve período universitário na Califórnia, Keaton mudou-se para Nova York para estudar na Neighborhood Playhouse, conseguindo seu primeiro grande papel no musical de rock “Hair” em 1968, no qual recusou-se a atuar nua, apesar da pressão.
Uma audição para Woody Allen na peça “Play It Again, Sam” mudou sua vida, rendendo-lhe uma indicação ao Prêmio Tony e iniciando um relacionamento profissional e pessoal duradouro com o cineasta. Juntos, participaram de filmes notáveis como “O Dorminhoco”, “A Última Noite de Boris Grushenko” e “Manhattan”.
Mesmo após as acusações feitas contra Allen por sua filha adotiva, que ele sempre negou, Keaton manteve sua admiração pelo diretor, afirmando em entrevista ao The Telegraph, em 2013, que ainda o ama e valoriza a relação de longa data entre ambos.
O reconhecimento de Francis Ford Coppola veio após vê-la em “As Mil Faces do Amor”, que o levou a escalá-la para o papel de Kay Adams na franquia “O Poderoso Chefão”, um momento decisivo em sua carreira.
Ao longo dos anos, Diane transicionou de personagens ingênuas para papéis mais maduros, retratando mães e mulheres que enfrentam dilemas familiares, destacando especialmente sua colaboração com a diretora Nancy Meyers em quatro filmes, entre eles “Presente de Grego” (1987) e o remake de “O Pai da Noiva” (1991).
Além da atuação, recebeu indicação ao Emmy como atriz principal em 1995 por “A Rainha do Ar” e dirigiu diversos projetos, incluindo filmes, episódios televisivos e videoclipes musicais.
Apesar de seu notório envolvimento com diversos parceiros famosos, Diane Keaton nunca se casou, atribuindo sua escolha ao medo dos homens e à atração por pessoas extremamente talentosas, o que, segundo ela, não favoreceu relacionamentos duradouros.
Em sua vida pessoal, adotou dois filhos, Dexter e Duke, na casa dos 50 anos, declarando que essa experiência lhe proporcionou um sentido novo e profundo para sua existência.



