Hugo Motta afirma que Câmara vai votar isenção do IR na quarta-feira mesmo sem acordo sobre anistia
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a votação do projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil será realizada na próxima quarta-feira, independentemente de haver consenso sobre a proposta alternativa de anistia para envolvidos em atos golpistas.
Segundo Motta, a pauta do Imposto de Renda está pronta e não está condicionada a nenhuma outra matéria. Ele ressaltou que o tema passou pela comissão especial, teve a urgência aprovada por unanimidade e o relator apresentou o relatório ao colégio de líderes. “A Câmara vai votar essa pauta na quarta, sem vinculação com qualquer outra discussão”, afirmou o presidente da Casa ao jornal O Globo.
Mais cedo, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto alternativo relacionado à anistia, indicou que espera que seu parecer seja votado na terça-feira e que, até que essa questão seja resolvida, a isenção do IR não avançará. Ele declarou que conversará com o presidente da Câmara ainda hoje para tentar ajustar o calendário e acredita ser possível a votação na terça-feira, mas mencionou que, se essa pauta não for aprovada, a isenção do IR provavelmente também não será votada.
Paulinho fez essas declarações após reunião com deputados do PT, que informaram que o partido não apoiará o texto em elaboração, o qual foca na redução das penas.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também conversou com Hugo Motta e ouviu dele que a votação da isenção do Imposto de Renda ocorrerá na próxima semana, não havendo possibilidade de adiamento.
O texto que trata do aumento da faixa de isenção do IR tem como relator o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). A proposta prevê beneficiar aproximadamente 10 milhões de brasileiros ao elevar a renda de corte para R$ 5 mil, uma promessa que o presidente Lula fez durante a campanha de 2022 e que possui relevância estratégica para sua popularidade às vésperas das eleições de 2026.



