Dólar atinge novo valor recorde na Argentina após derrota política de Milei
Na segunda-feira, o dólar nos mercados argentinos fechou em uma cotação inédita, resultado da expressiva derrota do partido do presidente Javier Milei, “La Libertad Avanza”, nas eleições legislativas realizadas no domingo na província de Buenos Aires.
De acordo com o Banco Nación, o dólar teve um aumento de 55 pesos, alcançando 1.425 pesos por unidade para venda ao público. Durante o dia, o valor chegou a 1.450 pesos, registrando máxima histórica.
Essa escalada no câmbio é um reflexo da alta procura por dólares como forma de proteção pelos investidores, que se mostraram preocupados após o revés eleitoral do governo. Além do câmbio, houve impacto negativo nos preços dos títulos e ações argentinos.
No mercado paralelo, o dólar informal subiu 50 pesos, chegando a 1.420 pesos por unidade. Já os chamados dólares financeiros apontaram elevações semelhantes: o dólar contado com liquidação (CCL), instrumento financeiro que consiste em comprar ativos em pesos para vender em dólares no exterior, subiu 3,2%, fechando em 1.434,41 pesos. O dólar bolsa (MEP), obtido pela negociação de ativos no mercado local, cresceu 3,1%, valendo 1.426,57 pesos.
Embora a reação do dólar nesta segunda-feira tenha sido diretamente vinculada aos resultados das eleições, a volatilidade cambial na Argentina já vinha se intensificando desde julho, motivada pela incerteza dos investidores quanto à continuidade e eficácia do plano econômico do presidente Milei.
Desde 14 de abril, quando o país firmou um acordo financeiro relevante com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina flexibilizou suas restrições para o acesso a moedas estrangeiras e adotou um novo esquema cambial em que o Banco Central não interfere enquanto a variação esteja dentro de uma faixa estipulada. Atualmente, o intervalo válido vai de 951 a 1.471 pesos por dólar.
Pressionado pela alta do dólar, o Tesouro argentino anunciou, há uma semana, sua intervenção no mercado cambial. Nesse esforço, vendeu cerca de US$ 500 milhões para tentar conter a valorização da moeda estrangeira.



