Economia Sustentada Pelo Equilíbrio Político
Belo Horizonte sediou um evento promovido pela Fecomércio MG, reunindo autoridades políticas, líderes empresariais e representantes do setor produtivo para debater os caminhos necessários para fomentar investimentos, assegurar estabilidade institucional e criar um ambiente de negócios saudável. O encontro teve como foco principal a discussão sobre as condições essenciais para estimular investimentos, proteger empregos e garantir previsibilidade diante do atual contexto político.
Um dos destaques da programação foi a participação do ex-presidente Michel Temer, que enfatizou a importância da pacificação política como requisito fundamental para o progresso do país. Segundo Temer, a prosperidade econômica está diretamente ligada à segurança institucional e social.
“O aumento dos investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros, depende da existência de segurança jurídica e social, elementos fundamentais para atrair capital”, afirmou o ex-presidente.
Temer também comentou que, em suas viagens internacionais, percebe que investidores demonstram preocupação com a instabilidade política do Brasil. Para ele, superar essa percepção demanda maturidade institucional e a consolidação da democracia: “Creio que o Brasil caminha rapidamente para alcançar a estabilidade social, o que fortalecerá setores produtivos como comércio e indústria, abrindo caminho para um ciclo sustentável de crescimento”.
Na sequência, José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ressaltou o papel estratégico do Sistema Comércio, destacando a importância de resgatar a confiança em um cenário de forte polarização política. Ele enfatizou ainda a necessidade de avanços econômicos urgentes para liberar o potencial de consumo e investimento, apontando os juros elevados como um dos principais obstáculos que atrasam a geração de empregos e reduzem o dinamismo da economia.
“O Brasil precisa de um ambiente de negócios mais favorável, capaz de estimular tanto o consumo quanto o investimento”, afirmou Tadros.
Ele ressaltou que somente através da colaboração entre agentes públicos, empresários e sociedade civil será possível restaurar a confiança e criar condições propícias para investimentos sustentáveis a longo prazo.
O presidente da Fecomércio MG, Nadim Donato, destacou que a defesa da atividade produtiva deve ocupar posição central nas decisões políticas e institucionais. Para ele, qualquer medida que eleve custos ou fragilize as empresas compromete a sustentabilidade econômica e ameaça a geração de empregos.
“Comprometer-se verdadeiramente com o futuro do Brasil exige responsabilidade, diálogo e a coragem para rejeitar soluções que aprofundem problemas ao invés de gerar prosperidade”, afirmou Donato.
Ele ainda salientou a importância de manter canais permanentes de diálogo entre governo, Congresso Nacional e sociedade organizada para assegurar estabilidade e avanços.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, também participou do encontro e destacou o momento positivo do estado, evidenciado por um crescimento econômico acima da média nacional e por sua maior diversificação econômica em comparação ao passado.
O evento também abordou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 8/2025, atualmente em tramitação no Congresso, que prevê alterar a jornada de trabalho, reduzindo o teto semanal de 44 para 36 horas e substituindo a escala de seis dias trabalho por um dia de descanso. Empresários manifestaram preocupações quanto à possibilidade de aumento dos custos operacionais e retração no mercado formal decorrentes dessas mudanças.
Nadim Donato defendeu um modelo alternativo para conciliar competitividade empresarial e as necessidades dos trabalhadores: a contratação por hora trabalhada. Nesse sistema, a negociação entre sindicatos e empregadores garantiria que não haja perdas para os empregados, ao mesmo tempo em que flexibiliza a jornada.
“Com o apoio da tecnologia, é possível gerenciar rotinas diárias de forma eficiente, num mundo conectado e evoluído”, explicou Donato.
Segundo ele, esse modelo pode equilibrar as demandas das empresas, que enfrentariam custos maiores com a PEC, e ao mesmo tempo atender às expectativas de flexibilidade buscadas pelos profissionais.
Ao final do encontro, as lideranças presentes enfatizaram a necessidade de diálogo constante, redução das tensões políticas e busca por soluções equilibradas nas relações trabalhistas como fatores fundamentais para garantir o futuro sustentável da economia brasileira. Somente com estabilidade institucional, segurança jurídica e modernização das relações de trabalho será possível criar um ambiente favorável a negócios e ao crescimento econômico para toda a sociedade.
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