Fortuna do homem mais rico do mundo ultrapassa os R$ 4 trilhões
Com sua riqueza estimada em cerca de US$ 700 bilhões, Elon Musk está cada vez mais próximo de se tornar o primeiro trilionário da história.
Na manhã desta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, o CEO da Tesla, SpaceX e X (antigo Twitter), Elon Musk, alcançou uma avaliação de fortuna que chegou a US$ 684,3 bilhões, conforme dados da Forbes. Convertido para a cotação atual, esse valor equivale a quase R$ 4 trilhões. Para alcançar a marca histórica de trilhão de dólares, Musk precisa acumular mais US$ 315,7 bilhões.
Ainda há chance de novos recordes
É provável que Musk possa bater outro recorde ainda hoje, caso sua fortuna atinja os US$ 700 bilhões.
Principais fontes da riqueza
A maior parte dos recursos que formam a fortuna de Musk vêm das empresas Tesla e SpaceX.
A Tesla aprovou um pacote de remuneração recentemente que, se alcançar as metas estipuladas, pode valer até US$ 1 trilhão. Por sua vez, a SpaceX está preparando uma oferta pública inicial (IPO) que pode ser avaliada em até US$ 1,5 trilhão, o que, em um cenário ideal, acrescentaria US$ 625 bilhões ao patrimônio de Musk, elevando seu total para aproximadamente US$ 1,3 trilhão.
Musk já detém um marco histórico
Mesmo sem atingir o patamar do trilhão, Elon Musk já é considerado o indivíduo mais rico da história, tendo superado nomes como John Davison Rockefeller, Barão de Mauá e Mansa Musa.
No passado, o critério para medir a fortuna das pessoas levava especialmente em conta o impacto relativo no Produto Interno Bruto (PIB) do país, não apenas a soma nominal de bens e ativos. Ou seja, a riqueza era analisada de forma proporcional ao tamanho da economia na época.
Comparações históricas entre fortunas
Levando em consideração a participação no PIB, Musk domina cerca de 1,61% da economia mundial em 2025, índice muito próximo ao controle que Rockefeller detinha dos Estados Unidos em 1913, entre 1,5% e 1,6%.
Já Jakob Fugger, um banqueiro do século XVI, chegou a controlar 2% do PIB europeu, que atualizados para os parâmetros atuais, seriam cerca de US$ 400 bilhões.
Mansa Musa, imperador do Mali no século XIV e frequentemente apontado como o homem mais rico de todos os tempos, distribuiu ouro durante sua peregrinação a Meca em proporções que chegaram a desvalorizar o metal no Egito por mais de uma década, embora sua fortuna seja de difícil quantificação precisa.
O imperador romano Augusto César administrava direta ou indiretamente até 30% da economia global da época, o que em valores atuais poderia representar até US$ 4,9 trilhões, embora haja grande incerteza quanto a esses números.
Distinção entre riqueza nominal e poder econômico
Se analisarmos a riqueza pelo valor nominal, Elon Musk lidera confortavelmente.
Rockefeller, por exemplo, possuía US$ 900 milhões em 1913, o que equivale a aproximadamente US$ 26 a US$ 29 bilhões hoje, ou seja, muito inferior ao patrimônio atual de Musk.
A diferença entre riqueza líquida e influência econômica torna mais complexa a comparação entre figuras históricas e atuais, pois Musk concentra seu patrimônio principalmente em ações de empresas de tecnologia, enquanto nomes como Rockefeller ou Fugger investiam em ativos físicos como petróleo e metais preciosos.
O contexto do Barão de Mauá no Brasil
No Brasil do século XIX, Irineu Evangelista de Sousa, conhecido como Barão de Mauá, foi o homem mais rico do país.
Ele possuía participação majoritária em oito das dez maiores empresas brasileiras, incluindo bancos, ferrovias, estaleiros e companhias de navegação, tendo influência também em empresas na Inglaterra, Uruguai e Argentina.
Na metade da década de 1860, sua fortuna ultrapassava o orçamento do Império do Brasil, e estudos indicam que seu patrimônio atual equivaleria a cerca de US$ 80 bilhões, uma cifra considerável, mas ainda distante dos quase US$ 500 bilhões de Musk.
A principal diferença reside no contexto econômico; enquanto Mauá atuava em uma economia predominantemente agrária e industrial incipiente, Musk domina setores de alta tecnologia em uma das maiores economias do mundo.
A fortuna de Mauá era baseada em ativos tangíveis, enquanto Musk detém grande parte em participações societárias em companhias de capital aberto, cujo valor flutua de acordo com o mercado.
Apesar do impacto econômico, o império de Mauá enfrentou oposição de elites conservadoras e acabou sucumbindo a uma crise financeira após a Guerra do Paraguai, terminando sua vida financeira com recursos bem menores do que no auge.
Por que os critérios para medir fortunas mudaram?
Até o início do século XX, a riqueza pessoal costumava ser avaliada em relação à proporção do PIB nacional que o indivíduo ostentava, refletindo seu nível de poder econômico relativo.
Com o desenvolvimento dos mercados financeiros e a globalização, a aposta passou a ser nas bolsas de valores como fonte de avaliação patrimonial, valorizando sobretudo ativos líquidos como ações e investimentos.
Assim, o conceito moderno de patrimônio líquido (net worth) ganhou protagonismo, calculado como a soma dos ativos menos as dívidas.
Além disso, o PIB não é um indicador perfeito para comparar diferentes épocas ou realidades econômicas, pois mede produção anual e não acumulação de riqueza no tempo. Além disso, o PIB atual está dividido entre múltiplos países, diferentemente de impérios centralizados do passado.
Hoje em dia, o PIB ainda serve como referência secundária para contextualizar a importância econômica de uma fortuna, mas a principal base do cálculo é o valor de mercado dos ativos destes indivíduos.
Como é feita a avaliação das fortunas atuais?
Sites especializados como a Forbes e a Bloomberg realizam estimativas usando dados públicos, documentos oficiais e análises para mensurar o patrimônio líquido dos bilionários.
São considerados tanto ativos financeiros — como participações acionárias em empresas de capital aberto e privado — quanto bens tangíveis, como imóveis, obras de arte, aeronaves, embarcações e joias.
As dívidas e obrigações financeiras são descontadas para chegar ao valor líquido final do patrimônio.
A Bloomberg, além de atualizar as informações diariamente com base nas flutuações do mercado, aplica ajustes considerando impostos sobre renda, dividendos e ganhos de capital, a fim de estimar o impacto tributário sobre a riqueza.
No caso de fortunas familiares, atribui-se o valor ao parente que controla diretamente os ativos, mesmo se estiver registrado em nome de outros familiares.
Conclusão
Se compararmos pelo valor nominal, Elon Musk detém a maior fortuna da história registrada.
No entanto, quando analisamos a influência econômica proporcional ao seu tempo, Musk divide o topo com ícones como Rockefeller e Fugger, e fica atrás de protagonistas históricos como Mansa Musa e Augusto César, cujas posses representavam fatias maiores das respectivas economias em suas épocas.



