Haddad afirma que os EUA pretendem impor projeto hegemônico e interferir no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a tarifa elevada imposta pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil representa, em última análise, uma ação alinhada ao projeto hegemônico norte-americano, que vai contra o princípio do multilateralismo.
Em entrevista ao apresentador Datena, na Rede TV!, Haddad frisou que esse projeto visa barrar o Brasil em sua busca por parcerias internacionais, transferência de tecnologia e sua ascensão global.
O ministro também elogiou a postura adotada internacionalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando que o chefe do Executivo brasileiro age com sabedoria para evitar uma polarização prejudicial e promover um modelo multilateral que permita o desenvolvimento dos países.
Como exemplo desse esforço multilateral de Lula, Haddad citou a negociação para concretizar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além de mencionar a relação próxima mantida pelo presidente brasileiro com o ex-presidente dos EUA, Joe Biden.
Posição do empresariado e indicadores econômicos
Durante a entrevista, Haddad ressaltou os bons indicadores recentes da economia brasileira e afirmou que o empresariado produtivo não tem motivos para reclamações em relação ao atual governo. Ele enfatizou que o país está crescendo ao dobro da média das últimas décadas e que o desemprego alcançou níveis recordes de baixa.
O ministro também destacou que a inflação média nos três primeiros anos da atual gestão oscilou entre 4,5% e 4,8%, e que o recente aumento nos preços dos alimentos já começou a regredir.
Segundo Haddad, muitas empresas estão apresentando lucro e ampliando seu quadro de funcionários, com relatos frequentes de falta de mão de obra qualificada, e não de desemprego. Ele lembrou que, na soma dos dois primeiros mandatos de Lula, houve crescimento médio de mais de 4%, cerca de uma vez e meia a taxa global.
Além disso, o ministro comentou a expectativa de alcançar três milhões de contratações até o final do ano pelo programa Minha Casa, Minha Vida, ultrapassando a meta anterior de dois milhões. Também mencionou o avanço nos investimentos em setores como saúde e educação, assim como o recorde recente na produção agrícola.
Haddad aproveitou para citar que nos governos anteriores os déficits fiscais giravam em torno de 2% a 2,5% do PIB e que, apesar de existirem regras como o teto de gastos, estas eram mais retóricas do que efetivas.