Ibovespa inicia a semana atento aos PMIs globais e ao discurso de Jerome Powell
O Ibovespa encerrou a última sexta-feira (28) no seu nível mais alto da história, impulsionado por um aumento no fluxo de investimentos estrangeiros e por um cenário internacional mais favorável. Nos Estados Unidos, o otimismo veio da combinação entre uma Black Friday mais forte do que o esperado e a expectativa renovada de que o Federal Reserve possa promover cortes nos juros já em dezembro. Com isso, os principais índices norte-americanos registraram alta, os títulos do Tesouro dos EUA ajustaram suas recentes quedas e o dólar manteve-se praticamente estável, mesmo com o pregão reduzido devido ao feriado.
No mercado de commodities, o comportamento foi menos favorável. O preço do petróleo caiu cerca de 1%, acumulando o quarto mês consecutivo de retração, enquanto investidores permanecem atentos à próxima reunião da Opep+ e a questões geopolíticas. O minério de ferro também registrou baixa, pressionado por sinais de desaceleração no setor siderúrgico da China.
Apesar dessas pressões, o Ibovespa destacou-se impulsionado sobretudo pelo desempenho dos bancos e da Vale (VALE3), que anunciou dividendos e juros sobre capital próprio no valor de R$ 3,58 por ação. O Itaú (ITUB4) contribuiu para o clima positivo ao confirmar a distribuição de R$ 23,4 bilhões em proventos e o cancelamento de 79 milhões de ações. Por sua vez, a Petrobras (PETR3; PETR4) teve queda após apresentar um plano de investimentos de US$ 109 bilhões, considerado excessivo pelos analistas do mercado.
Agenda para a segunda-feira (1º)
O início da semana será repleto de indicadores econômicos que vão proporcionar um termômetro tanto para o cenário externo quanto para o doméstico. No Brasil, o destaque principal é o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, que consolida as projeções de mercado para inflação, atividade econômica e taxa de juros. Logo após, será divulgado o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial de novembro, pela S&P Global, às 10h, que ajudará a identificar o ritmo da atividade manufatureira no fim do ano. Essas informações devem ajustar o sentimento dos investidores após o forte movimento de alta registrado recentemente.
Nos Estados Unidos, a jornada será marcada por diversos indicadores do setor industrial. Às 11h45, serão publicados os PMIs de Chicago para dezembro e o PMI Industrial de novembro, ambos importantes para avaliar a dinâmica da indústria. Em seguida, às 12h, os dados do Instituto de Gestão de Oferta (ISM) – englobando emprego, indústria e preços pagos – poderão influenciar as expectativas sobre inflação e, consequentemente, sobre a política monetária. Às 14h, será atualizada a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre pelo modelo GDPNow, do Federal Reserve de Atlanta. Para a noite, às 22h, os investidores terão como foco o discurso do presidente da autoridade monetária dos EUA, Jerome Powell, cuja fala poderá mexer nas probabilidades para um corte nos juros em dezembro. Por conta dessa sequência de eventos importantes, o pregão tende a apresentar maior volatilidade e sensibilidade.



