Inadimplência no Brasil Alcança Quase Metade da População

Inadimplência no Brasil Alcança Quase Metade da População

Quase metade da população brasileira está com o nome negativado, indica pesquisa do Serasa

Nos últimos dois anos, o Brasil registrou um aumento de mais de 7 milhões de pessoas endividadas, atingindo quase metade da população que enfrenta dificuldades para pagar suas contas, segundo dados do “Mapa da Inadimplência” da Serasa divulgado em outubro de 2025.

Entre agosto de 2023 e agosto de 2025, o número total de inadimplentes subiu de 71,74 milhões para 78,8 milhões, representando 48,31% da população brasileira. Este percentual reflete a piora significativa no ano anterior e revela o impacto do endividamento crescente sobre as finanças das famílias.

O levantamento mostra que o total de dívidas registradas chegou a 313 milhões, com um montante acumulado de cerca de R$ 494 bilhões. Em média, cada pessoa inadimplente tem uma dívida de R$ 6.267,69, enquanto o valor médio por dívida é de R$ 1.578,23.

Estados com maior inadimplência e tipos de dívida

O Amapá lidera o ranking dos estados com maior porcentagem de inadimplentes, atingindo 64,62% da população local. Logo em seguida aparecem o Distrito Federal com 61,20% e o Rio de Janeiro com 57,19%.

Quanto às naturezas das dívidas, a população devedora está distribuída em quatro principais categorias:

  • 27,3% possuem débitos relacionados a bancos e cartões de crédito;
  • 20,8% estão com contas básicas (como água, luz e gás) em atraso;
  • 19,5% têm dívidas pessoais de natureza financeira;
  • 11,9% registram débitos referentes a serviços a serem quitados.

Perfil dos endividados e tendências na renegociação

Os dados indicam que as mulheres têm uma participação um pouco maior entre os inadimplentes, representando 50,4%, contra 49,6% dos homens. Por faixa etária, a maior concentração está entre pessoas de 41 a 65 anos, com 35,3%, seguidos pela faixa de 26 a 40 anos (33,9%). Idosos acima de 65 anos e jovens de 18 a 25 compõem os percentuais restantes, com os jovens apresentando 11,4% de endividados.

Sobre a renegociação de dívidas, a maior parte dos consumidores que entraram em acordos tem entre 30 e 40 anos (30,9%), seguida por 21,6% na faixa de 40 a 50 anos. Apenas 2% dos renegociadores têm mais de 65 anos, indicando menor engajamento dos idosos nesse processo. Entre os que buscaram regularizar seu nome, 55,4% são mulheres, reforçando a maior participação feminina na gestão de dívidas.

Na plataforma Serasa Limpa Nome, a maioria das propostas refere-se a valores intermediários: 52,6% das renegociações envolvem dívidas entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, 20,5% são dívidas acima de R$ 5 mil, enquanto dívidas de valores menores (até R$ 100) representam cerca de 20% das ofertas.

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Em termos regionais, São Paulo é o estado com o maior número de inadimplentes buscando negociação, totalizando 1,09 milhão de pessoas, seguido por Rio de Janeiro com 339 mil e Minas Gerais com 298 mil. No Nordeste, Bahia e Ceará registram mais de 212 mil e 147 mil inadimplentes, respectivamente. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, Pará e Goiás lideram os números.

Considerações finais sobre o cenário da inadimplência no país

O panorama de agosto de 2025 evidencia que a inadimplência continua afetando quase metade dos brasileiros, mas também revela um movimento crescente de consumidores em busca de renegociação e controle financeiro. Esforços em educação financeira e condições para quitação facilitada são estratégias adotadas para que os brasileiros possam equilibrar suas contas em meio a um contexto econômico ainda desafiador.

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