Os irmãos de Belém do Pará que buscam organizar as empresas brasileiras
Os empresários Rodrigo e Daniel Murta são os fundadores do Looqbox, uma plataforma de dados que recentemente lançou um produto inovador no segmento de agentes de inteligência artificial.
Ao pensar em inteligência artificial, muitas pessoas recordam-se do ChatGPT, a tecnologia que dialoga e compreende questões de forma natural e rápida. Agora, imagine uma solução voltada para o meio corporativo, capaz de acessar diretamente os dados de vendas, estoques e performance de uma empresa em tempo real.
Essa ideia é o cerne do Looqbox, fundado pelos irmãos em 2013 para solucionar um obstáculo essencial no mercado: o acesso ágil e prático a informações estratégicas.
Rodrigo, CEO da empresa, relata que “os dados já existiam, mas não chegavam à linha de frente do varejo com a rapidez necessária”. Antes do Looqbox, as equipes dependiam de relatórios extensos, planilhas e análises demoradas.
Com a plataforma, qualquer funcionário consegue consultar dados em linguagem natural e tomar decisões mais céleres.
O início do projeto contou com testes piloto na rede St. Marche, focando nas operações da frente de loja com impacto direto nas vendas. A consolidação da startup aconteceu em 2017, com grandes clientes como o Grupo Casas Bahia, o que impulsionou sua expansão.
Hoje, a empresa conta com uma base de 40 mil usuários, acompanhando mais de R$ 68 bilhões em vendas anuais. O faturamento anual atual é de R$ 10,8 milhões, com expectativa de chegar a R$ 18 milhões até 2026 graças à introdução de uma nova solução.
A inovação do Looqbox: o Agente de Dados
O mais recente lançamento da startup é o produto chamado Agente de Dados, que utiliza inteligência artificial generativa para acessar e interpretar as informações internas das companhias, entregando respostas rápidas e compreensíveis.
Essa ferramenta analisa padrões e oferece recomendações em tempo real. Por exemplo, identifica quais produtos foram mais vendidos no último mês e sugere ajustes estratégicos em estoques ou campanhas de marketing, tudo sem a necessidade de suporte constante de uma equipe de analistas.
Mais de 50 empresas já manifestaram interesse em utilizar a plataforma, sendo a Renner a primeira cliente oficial.
Daniel, CTO do Looqbox, destaca: “Nosso foco é tornar o acesso a dados internos uma experiência acessível e intuitiva para todos os níveis hierárquicos das organizações”.
A concorrência no mercado de agentes de IA
O setor em que o Looqbox atua é altamente competitivo. Os agentes de inteligência artificial representam uma tendência crescente, aproximando-se de tecnologias que operam com mínima intervenção humana.
Gigantes do mercado como Microsoft, IBM, Google, Salesforce e Amazon já possuem versões corporativas de chatbots ou agentes de IA. Empresas como OpenAI, proprietária do ChatGPT, e a startup francesa Mistral também desenvolvem soluções similares.
No Brasil, diversas startups têm criado agentes de IA com focos específicos: a Voll oferece uma ferramenta para reduzir custos em viagens corporativas; a fintech Cloudwalk lançou o assistente JIM, que otimiza campanhas de vendas e gestão financeira; e a Olist criou a Lis, uma assistente conversacional para facilitar processos como emissão de notas fiscais e atualização de preços.
Entendendo os agentes de IA
Agentes de inteligência artificial podem ser vistos como colaboradores digitais altamente inteligentes, capazes de executar tarefas completas de forma autônoma.
Diferentemente dos chatbots, que apenas respondem a perguntas, esses agentes podem realizar ações end-to-end. Por exemplo, não só criar uma receita, mas também comprar os insumos, agendar a entrega e notificar o usuário sobre a conclusão do preparo.
Importância para as empresas
A função principal dos agentes de IA é liberar os trabalhadores de tarefas repetitivas, aumentando assim a agilidade, promovendo inovação e tornando as operações mais eficientes — funcionando como uma equipe invisível que atua 24 horas por dia.
Muitos entusiastas consideram que esses agentes são o estágio inicial para a Inteligência Artificial Geral (AGI), sistemas que futuramente poderão superar humanos nas tarefas mais complexas. O CEO da OpenAI, Sam Altman, acredita que essa evolução está próxima, embora suas declarações estejam mais relacionadas a interesses empresariais.
Por outro lado, críticos afirmam que a ideia da AGI iminente é uma promessa ilusória. Pesquisas recentes indicam que as inteligências artificiais atuais imitam a inteligência humana, porém não a superam genuinamente. Portanto, a chegada rápida da AGI é contraditória diante das limitações tecnológicas vigentes.
No momento, são os agentes de IA que já impactam milhares de empresas ao redor do mundo. Este mercado está estimado em US$ 5 bilhões e tem previsão de crescimento para US$ 47,1 bilhões até 2030, com um crescimento anual de quase 45%.