Milei confirma negociações para novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos
O presidente da Argentina, Javier Milei, revelou nesta sexta-feira, 19, que o governo está em fase avançada de negociações para obter um novo empréstimo junto ao Tesouro dos Estados Unidos. Ele ressaltou que, apesar do processo levar tempo e não ser oficial até que seja confirmado, as tratativas estão muito adiantadas e só uma questão de tempo para que se concretizem.
Em entrevista ao jornal La Voz del Interior, de Córdoba, Milei explicou que o governo já previa as dificuldades econômicas do ano e, por isso, começou a planejar formas de garantir os pagamentos previstos para 2026, que incluem US$ 4 bilhões em janeiro e outros US$ 4,5 bilhões em julho.
O presidente atribuiu as instabilidades recentes nos mercados financeiros argentinos a um “pânico” político alimentado pela oposição, que, segundo ele, tenta sabotar o plano econômico desde fevereiro, visando desestabilizar o país antes das eleições legislativas de 26 de outubro. Milei afirmou que as eleições serão decisivas para implementar as reformas propostas pelo governo.
As tensões financeiras aumentaram nos últimos meses, agravadas pela incerteza em relação às eleições e dúvidas dos investidores sobre o programa econômico do presidente. O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, garantiu plena confiança no programa econômico e afirmou que não haverá desvios dos objetivos traçados.
Entre quarta e sexta-feira, o Banco Central argentino interveio no mercado cambial e vendeu US$ 1,11 bilhão para tentar conter a valorização do dólar e a pressão cambial. Em setembro, o índice das principais ações argentinas, S&P Merval, caiu 15%, enquanto os títulos soberanos denominados em dólar sofreram perdas entre 21,5% e 30,7%. O índice de risco-país alcançou na sexta-feira seu maior nível em um ano, chegando a 1.454 pontos-base.
Além disso, o peso argentino perdeu 10% de seu valor frente ao dólar americano ao longo do mês.
